Empresa que começou sua operação há 21 anos com 5 colaboradores, chega à maioridade com um quadro de mais de 5.000 pessoas e aposta em novos produtos para driblar a inadimplência e crescer em um mercado super competitivo.
Neste domingo, 23 de agosto, a Intersept completou a maioridade. Chega aos 21 anos com uma operação sólida, presença em cinco estados brasileiros e com plano de expansão de suas operações para o mercado internacional. Ao mesmo tempo em que vive a preocupação com a inadimplência e queda de contratos, provocada pela crise financeira em decorrência da pandemia do Covid-19, a empresa lança novos produtos e quintuplica as vendas com o novo sistema de monitoramento.
"Ao longo desses anos apostamos muito, fomos ousados e crescemos sem ter medo de ser arrojados. Hoje vejo que estamos em um momento onde aprendemos, amadurecemos e buscamos estabilidade na operação", conta o presidente e fundador da empresa Fernando Ribas.
Quando decidiu empreender na área de serviços, em 1999, Fernando e seu irmão Renilton, assumiram a operação de três postos de serviço em Curitiba tinham apenas cinco colaboradores e quando um dos funcionários faltava eles atuavam na reserva técnica. "Meu irmão trabalhava como vigilante autônomo e soube desta oportunidade e resolvemos investir e comprar a operação. Aprendi sobre o negócio de terceirização trabalhando" conta Fernando que até então era representante comercial no segmento de alimentos na região sudoeste do Paraná.
Os irmãos trabalharam juntos por uma década, depois Renilton decidiu empreender no agronegócio e Fernando passou a tocar o negócio sempre atuando nas frentes essenciais do negócio: operações, comercial e administrativo. Sem formação na área de negócios, o empresário buscou cursos na área de gestão e na área de operação de segurança para aprimorar o empreendimento, o que acabou sendo um grande diferencial competitivo da Intersept.
"Estamos em um mercado muito concorrido, mas conseguimos nos destacar e ganhar mercado porque temos um custo administrativo baixo, o que nos mantém competitivos e prezamos por oferecer acima de tudo um serviço de confiança aos nossos clientes" destaca Fernando.
Diversificação de portfólio
No decorrer dessas duas décadas, a empresa passou por vários momentos de instabilidade de mercado, e o que a fez permanecer crescendo ano após ano foi a diversidade de portfólio. "Quando iniciamos as atividades com terceirização de serviços vimos que poderíamos atuar em outras frentes. Em 2000 passamos a atuar no transporte de resíduos para construção civil e em 2003 na área de segurança eletrônica", conta o empresário.
A área de vigilância armada foi criada em 2006, por decorrência de uma necessidade do serviço da segurança eletrônica. "Foi um segmento da empresa que foi criado para atender uma necessidade de outra operação, quando um alarme disparava precisávamos atender aquele cliente", conta.
Hoje além desses serviços também atuam na área de rastreamento de frota e software para sistemas de segurança, uma operação em que oferecem sistemas para outras empresas do segmento.
Fernando conta que uma das grandes dificuldades com a crise dos últimos meses foi a inadimplência e a quebra de contratos. E o setor de vigilância é um segmento que já vinha acumulando perdas significativas nos últimos anos, com muitas demissões e empresas que para ganhar mercado barateiam os custos sem pensar na qualidade do serviço prestado. Ao mesmo tempo que os gráficos de inteligência da operação mostram um aumento no número de assaltos nos últimos meses agravados pela crise financeira.
Mas como tempos de crise também são tempos de oportunidade, a Intersept lançou um novo produto, o "Bairro Seguro", no qual desenvolveram um sistema de automação de monitoramento de segurança baixando o custo mensal de R$200,00 para R$29,90, onde o cliente paga quando aciona e consegue acompanhar a ocorrência pelo celular. "É como se fosse o Uber da segurança nos bairros, onde conseguimos atender pequenos comércios e residências, principalmente agora neste período da pandemia onde as ocorrências aumentaram e conseguimos manter um serviço seguro a um valor muito acessível", conta o empresário.
Operando em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Ceará e com objetivo de fortalecer a operação de rastreamento de veículos e automonitoramento nos próximos meses. Mas os planos de expansão vão além do mercado nacional. A Intersept vai expandir suas atividades para o mercado internacional com o software de segurança para a América Latina, Espanha e Portugal nos próximos meses, uma operação focada em empresas de segurança.
Um dos desafios do setor de serviços é a questão tributária com a nova proposta de reforma enviada pelo Governo Federal ao Congresso. "Nosso setor já teve perdas grandes com a crise que enfrentamos, e na proposta além de onerar contratos futuros teremos que repassar o valor dos tributos aos nossos contratos vigentes, o que gera desgaste com nossos clientes ativos. Certamente vamos ter que entrar em discussão", destaca o empresário que é vice-presidente da FENAVIST - Federação das Empresas de Vigilância.
"Quando começamos não sabíamos da viabilidade do negócio, mas fomos aprendendo fazendo e muito preocupados em sempre oferecer o melhor. Trabalhamos com um serviço de risco. O cliente muitas vezes não percebe o valor da nossa entrega até que precise dela, trabalhamos zelando pela vida e pelo patrimônio dos clientes, é um negócio onde não temos margem para erro e precisamos estar sempre pensando à frente" complementa o empresário.
A Intersept é filiada ao LIDE Paraná. Semanalmente nesta coluna o LIDE Paraná trará exemplo de empresas e empreendedores paranaenses que venceram momentos de adversidades e são exemplos a se inspirar em um momento como o que estamos vivendo.
