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O setor elétrico brasileiro está prestes a entrar em uma nova era. Na quarta-feira (25), empresários e executivos se reuniram em Curitiba para discutir os impactos da Medida Provisória 1.300/2025. O evento, promovido pela Electra Energia, em parceria com a Gazeta do Povo, trouxe à pauta reflexões estratégicas sobre consumo, sustentabilidade e liberdade de escolha no fornecimento de energia.
A MP propõe mudanças significativas no atual cenário do mercado energético: amplia o acesso ao mercado livre de energia, isenta a conta de luz para famílias de baixa renda que consomem até 80 kWh por mês e redistribui os encargos setoriais. O texto traz impactos diretos na competitividade das empresas e na vida dos consumidores.
O bate-papo contou com a presença do CEO da Electra Energia, Franklin Miguel; Ricardo Sossela, diretor financeiro do grupo San Juan Hotéis; e Darci Pereira da Fonte, síndico do Condomínio Spazio Castel di Bettega e sócio administrador da ACDF Gestão de Síndicos. Os convidados puderam compartilhar experiências concretas sobre os ganhos e vantagens do mercado livre.

Franklin Miguel destacou que a MP 1300/2025 representa uma conquista comparável à quebra de monopólios vivida por outros setores no passado, como na área de telecomunicações. “Além do potencial de economia, a medida elimina as bandeiras tarifárias e permite escolher energia renovável, o que reforça os compromissos ESG das empresas”, explicou.
Para o executivo, hoje, o principal desafio a ser vencido é o desconhecimento do público: “É um mercado novo e técnico, vamos precisar simplificar os processos e nos comunicar com mais objetividade, usando uma linguagem acessível e menos carregada de termos técnicos para os consumidores”, sinalizou.
Mercado em expansão
Na prática, os resultados são bastante animadores. Atualmente, o Brasil já conta com aproximadamente 75 mil unidades de consumo no mercado livre. O CEO da Electra, no entanto, enfatizou que esse é um mercado em franca expansão, pois a medida provisória amplifica para 90 milhões o número de clientes potenciais no país. Quem já está participando desse ambiente tem a possibilidade de escolher quem será o fornecedor e negociar os preços, de acordo com a necessidade de uso.
O executivo lembrou que a despeito das datas previstas na medida provisória para que o pequeno consumidor possa acessar o mercado livre de energia, a Electra já oferece uma solução para pequenas unidades de consumo (acima de R$ 200/mês), residencial, comercial ou industrial, conectando-as com usinas renováveis, sem qualquer tipo de investimento e com economia de pelo menos 20%.
O grupo San Juan Hotéis passou a economizar quase 37% nas contas de luz. “Além da economia, tivemos ganhos na previsibilidade de custos, algo essencial para o setor hoteleiro”, afirmou Ricardo Sossela.
Segundo ele, uso de energia incentivada também fortaleceu a imagem institucional da rede. “Hoje, uma parcela significativa do mercado já não faz mais negócios com empresas que estejam alheias à pauta ESG. Ficar fora das inovações no setor de energia implica em ficar fora do mercado”, comentou.
No segmento residencial, o Condomínio Spazio Castel di Bettega, em Curitiba, alcançou uma redução média de 30% na fatura. Darci da Fonte contou que, com o apoio da Electra, foi possível superar as resistências iniciais envolvendo questões técnicas e burocráticas, permitindo uma transição segura. “Parecia complicado, mas tivemos suporte técnico da Electra em todas as etapas, o que trouxe muita segurança na negociação”, esclareceu.
O encontro, realizado durante um brunch liderado pelo chef. Ricardo Filizola, reforçou que energia deixou de ser um item passivo no orçamento para se tornar uma decisão estratégica. “O futuro já começou e ele se constrói com informação, escolha e parceria”, concluiu Franklin Miguel.
