“Casas inteligentes” se tornaram uma possibilidade devido a avanços tecnológicos criados a partir da IoT (Internet of Things, ou Internet das Coisas) e, mais recentemente, da IoE (Internet of Everything, ou Internet de Tudo). Esse segundo conceito é mais recente e estende a ênfase da IoT, pressupondo a união de pessoas, processos, dados e coisas. Os quatro elementos juntos criam um novo jeito da sociedade se relacionar com o mundo.

Com o passar dos anos, a automação das residências só foi ganhando força – estima-se que 14% dos lares do mundo e 10% dos lares do Brasil tenham ao menos um dispositivo de automação – já que sua implementação está cada vez mais rápida, completa e personalizada e traz benefícios para os moradores.

“A IoT está presente no Brasil de forma ‘tímida’ há décadas. Desde o início, vimos surgir muitas ideias acerca de sua aplicabilidade, mas que na época eram inviáveis. Acredito que com a expansão do 5G vamos ver muito mais aplicações em um curto período de tempo”, defende o professor Kleber Kendy Horikawa Nabas, do curso de Internet das Coisas da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

É bom prognóstico, uma vez que, em março, chegou ao Brasil o 5G do tipo Standalone (SA), também chamado de “5G puro”, que não depende do 4G para funcionar e promete baixa latência, alta capacidade de banda (velocidade) e elevada densidade de conexões.

Segundo a International Data Corporation (IDC), o 5G deve movimentar no Brasil até 2025 em torno de US$ 25,5 bilhões, o que, por sua vez, impulsionará a IoT e, por consequência, a automação de residências pelos próximos anos.

Essa projeção de crescimento pode ser atestada por quem trabalha na área, como o sócio-proprietário da Skyhome Automoção, Alexandre da Silva, que está há 15 anos no mercado. “O cenário da automação mudou muito na última década, porque entraram novas marcas no rol de possibilidades, com produtos aperfeiçoados, que garantem melhores configurações e integração de tecnologias”, explica o profissional.

Conforme Silva, os clientes têm perfis diversos: há quem queira ter um rotina otimizada, priorizando a economia de tempo, assim como os que buscam a sustentabilidade e os que desejam valorizar o imóvel.

“Um bom projeto de automação gera uma economia de energia de 20 a 25%, além de agregar valor à propriedade. Há dez anos a automação era um luxo para poucos, mas hoje os projetos são totalmente personalizados. Atendemos desde apartamentos de 80 m², até luxuosas casas de 1.400 m²”, detalha Silva.

É possível automatizar diversos itens de uma residência: iluminação, ar-condicionado, cortinas, abertura de portas de acesso, sensores de segurança, piscinas etc. “O cliente pode, por exemplo, ir de simplesmente configurar o fechamento de persianas ao final do dia, até a uma automação mais completa, como na qual os sensores fazem uma verificação se ainda tem alguém circulando em determinado horário e, se não, televisão, ar-condicionado, home theater e outros dispositivos são desligados”, detalha Alexandre.

O empresário Fábio Barreto Volpato, desde 2018, vive em uma casa inteligente, que vem sendo atualizada conforme as novidades do mercado. “Quando estou fora de casa consigo ver como estão meus gatos, se precisam de alguma coisa. Além disso, como o elevador chega direto no meu apartamento, conto com um sensor que acende a luz e emite um aviso assim que alguém adentra”, explica.

Tudo no apartamento é ativado por comando de voz, sem a necessidade de uso do celular: luzes, cortinas, persianas, câmeras, ligar e desligar o ar-condicionado, programar a televisão, entre outras possibilidades. Há ainda controle de temperatura em vários ambientes e segurança reforçada: quando fora de casa, o empresário ativa o botão de pânico que manda mensagem caso alguém inesperado chegue.