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Morre Paulo Mendes da Rocha, ícone da arquitetura brasileira, aos 92 anos

Guilherme Grandi
23/05/2021 16:20
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Arquiteto estava internado em São Paulo, a causa da morte não foi informada. | Fernando Zequinão/Gazeta do Povo/arquivo

Responsável por algumas das mais importantes obras de São Paulo, como o Museu da Língua Portuguesa e a reforma da Pinacoteca do Estado, o arquiteto Paulo Mendes da Rocha morreu na manhã deste domingo (23) aos 92 anos na capital paulista. A morte foi confirmado pelo filho, Pedro Mendes da Rocha, que não informou a causa do falecimento.
Em atividade desde 1955, o capixaba radicado em São Paulo ajudou a construir uma geração inquieta de arquitetos e urbanistas que hoje questionam e propõem soluções para os problemas das cidades. Paulo Mendes da Rocha é um dos últimos da heroica geração de modernistas brasileiros da Escola Paulista, corrente também pensada por João Batista Vilanova Artigas e Ruy Ohtake, por exemplo.
Único brasileiro vivo a ter um Pritzker na estante, o prêmio de arquitetura mais importante do mundo, também concedido a Oscar Niemeyer, Mendes da Rocha viveu em uma permanente busca de harmonia entre a arquitetura e a natureza, sem nunca se permitir esquecer do compromisso social de suas construções.
Embora estivesse em atividade há mais de seis
décadas, Paulo Mendes da Rocha teve suas obras reconhecidas internacionalmente
apenas no final do século passado, quando imagens de obras icônicas da capital
paulista, como a Pinacoteca e o MuBE (Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia)
começaram a circular em publicações estrangeiras. A partir disso que o robusto conjunto
de criações passou a inspirar análises e estudos na Europa.
Até então, a única obra dele conhecida fora do
Brasil tinha sido o pavilhão brasileiro na Exposição Universal de Osaka, em
1970, que foi demolido e ficou apenas na memória após o fim do evento.
Rocha também colecionou algumas polêmicas ao longo da carreira, como a afirmação dada à rede alemã Deutsche Welle, em 2016, de que mudar a capital do Brasil do Rio de Janeiro para Brasília foi um “erro político muito forte” – embora não tenha sido uma crítica à obra de Oscar Niemeyer.
Apaixonado por São Paulo, onde se radicou, o arquiteto criticou por diversas vezes algumas das intervenções urbanas realizadas lá. A instalação de uma usina hidrelétrica no leito urbano do Rio Tietê e a implantação de linhas de bonde em alguns bairros que depois foram abandonadas.
Em entrevista exclusiva à Haus em 2016, Paulo Mendes da Rocha explica como a essência da arquitetura forma o conhecimento sobre o mundo em que vivemos, e a relação das pessoas com o meio urbano.
Ele deixa a mulher, Helene, e os filhos Renata,
Guilherme, Paulo, Pedro, Joana e Naná.

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