Antes e depois de apartamento modernista: reforma explora tons de azul, cinza e amadeirado

Um apartamento pequeno com todos os acabamentos originais de 1954 foi adquirido por um cliente solteiro no Edifício Imperador, um dos ícones do Centro de Curitiba. A reforma necessária da unidade de 53 m² ficou sob responsabilidade da arquiteta Flavia Gadotti Noronha, que deixou o apartamento com a cara do cliente, que adora arte e música, que gostaria de espaço para receber amigos, que precisava de um home office bem pensado e que não gosta de modismos na decoração.

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Flavia explica que algumas características únicas do apartamento foram mantidas, como o pé-direito avantajado de 2,94 metros, as esquadrias originais, o piso de madeira em taco de imbuia e duas luminárias da época, uma no hall e outra na área de serviço.

Toda a rede elétrica e o sistema hidráulico do apartamento precisaram ser trocados. O piso original da cozinha em mosaico veneziano era lindíssimo, mas estava muito avariado e não havia possibilidade de recuperação. A arquiteta decidiu por substituir o mosaico por um porcelanato cinza fosco (80 x 80 cm), com uma interpretação bem similar ao visual do cimento queimado. E a parede que dividia a cozinha do estar foi derrubada. Todos os ambientes foram integrados.

Como o cliente ressaltou no briefing, ele gostaria de soluções atemporais, sem modismos da decoração. Por isso Flavia optou por explorar o azul marinho, o terracota, o branco e o cinza. Na cozinha e nas outras áreas sociais, predomínio de amadeirados claros. No banheiro, a parede principal do box foi revestida por um acabamento acetinado geométrico neutro.

O quarto principal tem cerca de 15 m² e foi lá que morador e arquiteta decidiram instalar também o home office. No lugar de um guarda-roupa antigo sob medida, o lugar virou espaço de trabalho com uma grande bancada e prateleira para livros. Toda a marcenaria foi desenhada pela arquiteta para o projeto.

Na iluminação, além das duas luminárias da época, ela foi pensada para ser essencialmente em trilhos. E nas janelas, para não mudar a fachada do prédio modernista, a arquiteta apenas fez um retrabalho de vedação e reajuste das esquadrias.

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