Arquitetura

Vaticano estreia na Bienal de Veneza com 10 capelas incríveis que serão doadas para pequenas cidades

Stephanie D'Ornelas*
24/05/2018 20:53
Thumbnail

Em seu primeiro ano na Bienal de Arquitetura de Veneza, Vaticano apresenta dez capelas projetadas por dez escritórios de arquitetura diferentes. Na foto, capela projetada por Foster + Partners para a mostra. Foto: Reprodução/ArchDaily

Neste sábado (26) a Bienal de Arquitetura de Veneza abre as portas de seus pavilhões ao público. A curadoria da mostra internacional ficou a cargo das arquitetas irlandesas Yvonne Farrell e Shelley McNamara, responsáveis pelo premiado escritório Grafton Architects. Elas elegeram “Freespace” (Espaço Livre, em tradução livre) como tema da 16ª edição do evento italiano, que irá ocupar a capital da região de Veneto até o dia 25 de novembro. Além da exposição internacional com 100 arquitetos convidados, a edição deste ano terá 65 pavilhões nacionais e eventos paralelos que irão se espalhar pela cidade.

Brasil

Em 2018, o Pavilhão do Brasil — presente na Bienal de Veneza desde 1964 — terá 17 projetos de cinco estados brasileiros. O tema da exposição será Muros de Ar. De acordo com a Fundação Bienal de São Paulo, serão apresentados trabalhos que utilizam a arquitetura como instrumento de mediação de conflitos, transições entre os domínios público e privado, e conexão entre tecidos urbanos distintos.
Entre representantes brasileiros selecionados estão os escritórios Rosenbaum e Aleph Zero, responsáveis pelo projeto Moradias Infantis em Formoso do Araguaia (TO), vencedor de uma das maiores premiações mundiais da arquitetura: o RIBA International Prize 2018, promovido pelo Royal Institute of British Architects (RIBA).
A HAUS selecionou alguns dos projetos que devem chamar atenção da Bienal de Arquitetura deste ano. Confira!

Capelas do Vaticano

Este é o primeiro ano em que o Vaticano irá participar da Bienal de Arquitetura. O Pavilhão da Santa Sé terá dez capelas projetadas por dez arquitetos de diferentes partes do mundo — incluindo a brasileira Carla Juaçaba.
Vista aérea de como ficará a Capela proposta pela arquiteta brasileira Carla Juaçaba.<br>Imagem: Carla Juaçaba / Divulgação
Vista aérea de como ficará a Capela proposta pela arquiteta brasileira Carla Juaçaba.<br>Imagem: Carla Juaçaba / Divulgação
“Uma visita às dez Capelas do Vaticano é uma espécie de peregrinação que não é apenas religiosa, mas também secular. É um caminho para todos os que desejam redescobrir a beleza, o silêncio, a voz interior e transcendente, a fraternidade humana de estar junto na assembleia de pessoas, e a solidão da floresta onde se pode experimentar o farfalhar da natureza que é como um templo cósmico”, informou o Cardinal Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho Pontifício para a Cultura.
Capela projetada pelo escritório Foster + Partners. Foto: Reprodução/ArchDaily
Capela projetada pelo escritório Foster + Partners. Foto: Reprodução/ArchDaily
As capelas serão construídas e dispostas para visitação pública na Isla de San Giorgio Maggiore, ao lado da famosa basílica do arquiteto Andrea Palladio, de 1573. A intenção do Vaticano é que sejam desmontadas ao final da Bienal, e reconstruídas nas comunidades italianas que sofreram com os terremotos dos últimos dois anos.

Negociações políticas na Terra Santa

O tema religioso também irá permear a mostra do Pavilhão de Israel, que apresenta um panorama das negociações políticas na Terra Santa, berço das três grandes religiões monoteístas. A exposição aborda o mecanismo complexo do “Status Quo” em lugares sagrados compartilhados entre Israel e Palestina, uma coexistência controversa e instável.
Foto: Reprodução/ArchDaily
Foto: Reprodução/ArchDaily

Impactos do Brexit

Foto: Cultureshock Media/Reprodução/Dezeen
Foto: Cultureshock Media/Reprodução/Dezeen
A saída do Reino Unido da União Europeia, apelidada de Brexit, é o tema da mostra “Island” (Ilha, em português) do Pavilhão Britânico. Arquitetos do escritório Caruso St John e o artista Marcus Taylor criaram uma exposição de contrastes: uma praça foi instalada como espaço público no nível do telhado, enquanto o interior do pavilhão foi deixado vazio, intencionalmente abandonado.

Ping-pong pela diplomacia

O grupo Maloco Collective’s assina uma instalação temporária que oferece a oportunidade de interação entre pessoas de diferentes nacionalidades. Trata-se de um caminho linear pontuado por mesas de ping-pong que conecta os pavilhões da Espanha, Bélgica e Holanda.
Foto: Reprodução/Designboom
Foto: Reprodução/Designboom
A ideia é promover a interação coletiva por meio de um objeto lúdico e divertido, que ultrapassa barreiras de idades e nacionalidades. Além da conexão física dos pavilhões, a instalação evoca a ideia da união dos países por meio da colaboração, do compartilhamento e do conhecimento.

Natureza ameaçada

A mostra “Repair” irá transformar o Pavilhão da Austrália em um campo de vegetação como um apelo pela preservação das espécies de árvores ameaçadas de extinção. Os visitantes poderão entrar em um diálogo físico e direto entre as plantas e a arquitetura.
Foto: Linda Tegg/Reprodução/ArchDaily
Foto: Linda Tegg/Reprodução/ArchDaily
“Muitas vezes lutamos com nosso relacionamento como arquitetos quando consideramos o uso da terra – não é um ato pequeno. Acreditamos que há um papel para a arquitetura se envolver ativamente com a reparação dos lugares de que faz parte e que nossa exposição irá comunicar. Esperamos que a discussão que apresentamos engaje a profissão e inicie um legado na Bienal de Arquitetura de 2018”, informaram os curadores Mauro Baracco e Louise Wright.
*Especial para a Gazeta do Povo, com informações do ArchDaily.

LEIA TAMBÉM

Enquete

Você sabe quais são as vantagens de contratar um projeto de arquitetura para sua obra de reforma ou construção?

Newsletter

Receba as melhores notícias sobre arquitetura e design também no seu e-mail. Cadastre-se!