Quase 50 anos de história acompanham uma casa construída no final da década de 1970, que guarda muito mais do que as memórias de uma família de imigrantes alemães. Com características específicas da época e do país europeu, além de uma ligação profunda com o passado, a casa foi transformada em um grande espaço de convívio social pelas mãos da arquiteta Soraya Surdi.

Assim como o espírito festivo e o desejo de ter o espaço repleto de pessoas, a residência, apelidada de Casa K, primeira letra do sobrenome da família, foi passada ao único filho do casal de alemães como herança. Desde então, ele se viu em um dilema entre abraçar a reforma da casa para atender às necessidades de sua família ou optar por uma nova construção.

Como uma tentativa de preservar o passado e planejar um espaço para o futuro, a família procurou a arquiteta Soraya Surdi para se aventurar nesse novo desafio. “Até então eles não viam uma solução de reforma para a casa em que moravam, então me chamaram em um momento de desespero para ajudá-los”, conta Soraya.

Dessa forma, o projeto começou a ser estruturado e a reforma não demorou muito para começar. Entre todas as modificações realizadas na casa original, um dos principais desejos dos proprietários era ter mais cômodos no pavimento superior, incluindo quartos para as filhas e um quarto de hóspedes. Além disso, eles buscavam aumentar o pé-direito e fazer modificações no telhado, resultando em uma expansão do espaço de 450 m² para 600 m². E o que antes era uma casa tradicional, passou a ter um ar moderno, sofisticado e cheio de integração entre os ambientes.

Os espaços de convívio são o coração do projeto. O térreo se integra ao quintal, com piscina, jardim, spa e lareira externa. “Agora, é uma casa que recebe qualquer pessoa com a sensação de estar em um mesmo ambiente, mantendo a harmonia necessária entre os cômodos”, explica a arquiteta.

Além de áreas para receber amigos e convidados com conforto, o projeto também visou espaços para momentos em família. Foi criada uma sala no andar superior em que os pais podem interagir com as filhas de maneira mais próxima e acolhedora. “Decidimos criar um ambiente menor e mais acolhedor, um espaço ligeiramente mais reservado. É ali que a família vivencia o seu dia a dia”, complementa Soraya.

Para tornar a residência mais segura e tecnológica, foram implementados sistemas de água quente aquecidos por energia solar, automação completa, vigilância por monitoramento e aquecimento de piso nos banheiros, bem como a instalação de um projeto de sonorização que permite a integração dos espaços internos e externos.

Na Casa K, cada ambiente é um elo entre o passado e presente, honrando e respeitando a trajetória da família que a chama de lar. Dos ambientes compartilhados aos espaços privados, cada detalhe foi criado para nutrir laços familiares, enquanto proporciona funcionalidade, conforto e beleza.