Aberta até o dia 30 de setembro, a exposição “A Casa de Alguém” ocupa uma icônica residência nos Jardins, em São Paulo, com arte e design amarrados por uma narrativa ficcional. Situada na rua João Moura, a casa foi projetada pelo escultor ítalo-brasileiro Victor Brecheret em 1939 e, posteriormente, reformada pelo arquiteto Rino Levi no início dos anos 1960. Para a mostra, ela recebe uma nova camada de história, desta vez imaginária: torna-se lar do fictício personagem Jayme Fontine.

Criada em colaboração pela galeria de mobiliário brasileiro Apartamento 61, a consultoria de arte e projetos curatoriais Act. e o estúdio de design Palma, a exposição apresenta três ambientes que proporcionam interações visuais que celebram a estética pós modernista brasileira, o design retrofuturista, as formas minimalistas e funcionais emblemáticas da Bauhaus e a arte em seus mais diversos suportes.

O fio condutor da exposição é Fontine, imaginado como um designer gráfico que tivesse morado no imóvel entre o final dos anos 1970 e o ano 2000, período marcado pelo pluralismo de estilos, influências globais, exploração de tecnologias e uma maior conscientização sobre questões sociais. Também se destacam a arte e a cultura, que refletiram a complexidade e a diversidade do mundo em rápida transformação, com movimentos artísticos como o pós-modernismo, a Pop Art e a Arte Digital desempenhando papel proeminente.

Para o evento, a curadoria de mobiliário, arte e objetos expressa esse recorte espaço-tempo. As características se refletem em obras de personalidades importantes de diversos movimentos e correntes da arte moderna e contemporânea brasileira: Geraldo de Barros, Antonio Dias, Thomaz Farkas, Gaspar Gasparian, Paulo Roberto Leal, Tomie Ohtake, Lygia Pape, Luiz Sacilotto e Megumi Yuasa.

No mobiliário, destaque para o sofá em aço inoxidável atribuído ao arquiteto e designer suíço Mario Botta (2000) e o raro par de poltronas Scultura 190, criação de Vittorio Introini para a Saporiti na década de 1970.

Também compõe a exposição peças de design especialmente desenvolvidas pela Palma, que propõe diálogos que abrangem uma gama eclética de influências. Confeccionadas à mão, as criações representam experimentações entre diferentes formas, texturas, materiais e técnicas.

Exposição "A Casa de Alguém"