Brutalismo e arte

Arquitetura

Casa de 1974 projetada por Artigas abre para visitação inédita em São Paulo

Julyana Oliveira, especial para HAUS
23/08/2023 16:51
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Residência que sedia exposição permite mergulho na arquitetura brutalista de Vilanova Artigas. | Ruy Teixeira

Até 17 de setembro, São Paulo é palco da exposição Aberto/02, mostra que combina obras de artistas de diferentes épocas e estilos, mas que tem em comum narrativa que dialoga com o local da exibição: uma casa de 1974 assinada pelo arquiteto João Batista Vilanova Artigas, expoente da chamada escola Paulista de Arquitetura.
Batizada Casa Domschke, a residência de 1.000 m², no Alto da Boa Vista, nunca havia sido aberta ao público e passou por restauração para receber a iniciativa. Os banheiros, por exemplo, tiveram paredes reavivadas nas cores primárias tão característica das obras de Artigas - e que fazem parte do projeto original.
Restauro recuperou as cores originais do projeto. Na parede, obra de Luiz Sacilotto.
Restauro recuperou as cores originais do projeto. Na parede, obra de Luiz Sacilotto.
Os artistas e as criações que integram a mostra foram selecionados pelos curadores Claudia Moreira Salles, Kiki Mazzucchelli e Filipe Assis. Entre as obras exibidas, um icônico Edgar Degas, de 1884, que pertenceu à lendária coleção Ann e Gordon Getty, além de nomes de peso da história da Arte a obras produzidas por grandes artistas brasileiros especialmente para a exposição, em cartaz desde 13 de agosto.
Obras de Adriana Varejão, Lygia Clark, Tarsila do Amaral, Cildo Meireles, Irmãos Campana, dentre outros, surgem em meio à arquitetura brutalista de Artigas. O resultado é uma narrativa envolvente contada a cada ambiente da casa, com suas paredes de concreto e grandes planos de vidro.
Em dado trecho do percurso de visitação, encontra-se o quadro Creeper, de Kate Spencer Stewart, logo ao lado de uma generosa janela atravessada pela luz do sol. A artista ressalta que suas obras mudam a depender da iluminação, o que torna a experiência de observação dinâmica a depender do momento do passeio (fica o convite para passar por ali em diferentes horários).
Ao fundo, a obra de Kate Spencer Stewart. À frente, escultura de Anna Maria Maiolino.
Ao fundo, a obra de Kate Spencer Stewart. À frente, escultura de Anna Maria Maiolino.
Outro destaque em exposição na mostra é mobiliário assinado por Artigas. “A peça foi desenhada para a casa de sua filha, Rosa Artigas, que morava no número 166. Daí o nome, Estante Artigas 166”, conta Lissa Carmona, CEO da Etel, marca que reeditou o móvel, que nunca fora comercializado, em três versões seriadas. A reedição do original, com nove nichos, terá 30 exemplares; já os módulos verticais e horizontais serão 15 cada.
“É uma peça muito especial, com uma carga afetiva importante, e por isso é uma edição limitada, certificada e licenciada pelo Instituto Virgínia e Vilanova Artigas”, aponta Carmona.
A exposição itinerante Aberto/02 funciona de quarta a domingo, com ingressos a partir de R$ 60. As entradas adquiridas para o horário de 9h30 terão venda revertida para o Childhood Foundation, organização que atua para garantir a defesa dos direitos de crianças e adolescentes, com foco na prevenção e enfrentamento da violência sexual.
Obras de Andreas Eriksson, Davi de Jesus do Nascimento e Ivens Machado.
Obras de Andreas Eriksson, Davi de Jesus do Nascimento e Ivens Machado.

Serviço

Exposição Aberto/02
Data: até 17 de setembro
Endereço: Rua Comendador Elias Zarzur, 2036 - Alto da Boa Vista, São Paulo/SP
Horários: de quarta a domingo, com entradas das 9h30 às 16h30.
Ingressos: R$ 60,00 (de quarta à sexta-feira) e R$ 80,00 (sábados e domingos), à venda em aberto.art

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