Arquitetura

Depois de 10 anos fechada, capelinha que deu nome ao Alto da Glória recebe verba para restauro

Carolina Werneck*
04/07/2017 19:35
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Localizada no Alto da Glória, a capela foi uma das primeiras igrejas da capital paranaense. Foto: Henry Milleo/Arquivo Gazeta do Povo | Carolina Werneck Bortolanza

A Capela Nossa Senhora da Glória foi construída em 1895 como um templo particular, de propriedade das famílias Fontana, Leão e Veiga. São 122 anos de história que, atualmente, encontram-se encerrados no interior maltratado pela falta de manutenção. A igrejinha aguarda desde 2012 a liberação de recursos suplementares para as obras de restauro. Segundo a Secretaria de Urbanismo de Curitiba, a espera acaba nesta quarta-feira (05), quando será assinado um convênio entre a Prefeitura de Curitiba e a Mitra Arquidiocesana da capital para que a capela seja enfim restaurada.
Há cinco anos, a igrejinha foi cadastrada como Unidade de Interesse de Preservação (UIP) e, em seguida, como Unidade de Interesse Especial de Preservação (Uiep). Essa etiqueta permitiu que ela recebesse dinheiro de Potencial Construtivo. Na época, R$ 610 mil foram liberados para a capela, mas nunca chegaram a ser usados. De acordo com Ana Márcia Gonzalez, presidente da Comissão de Avaliação do Patrimônio Cultural da Secretaria Municipal de Urbanismo, “esse recurso ficou depositado em uma conta bancária específica para o restauro da Igreja da Glória. Devido às aplicações financeiras este valor atualmente é de R$ 918.332,81“.
Agora, um novo decreto vai destinar pouco mais R$ 130 mil para o restauro. Somados, os dois recursos devem custear 100% das obras previstas para a capela, orçadas em quase R$ 1,1 milhão. Para o Padre José Aparecido Pinto, ecônomo da Arquidiocese de Curitiba, os valores vão salvar uma obra de importância histórica e religiosa. O local foi o primeiro a receber a novena de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, mas está fechada para evitar depredações. “Ela está interditada. A estrutura como se encontra é de dar pena, com problemas sérios no forro, no telhado. A gente acabou fechando e foi necessário colocar alarme porque houve invasão”, conta o padre.
Em registro de 2007 já era possível ver que a igrejinha precisava de restauro. Foto: Valterci/Arquivo Gazeta do Povo
Em registro de 2007 já era possível ver que a igrejinha precisava de restauro. Foto: Valterci/Arquivo Gazeta do Povo
A arquiteta Aline Soczek Bandil, autora do projeto de restauro da capela, explica que a construção é tão importante que acabou dando nome ao bairro em que está instalada. “Ela foi construída pelas grandes famílias dos barões do mate. É uma construção simples, neoclássica. Algumas características dessa arquitetura presentes ali são as portas e janelas com arco pleno (semicirculares) e o frontão triangular.”
Para o restauro estão previstas obras na parte externa da igreja, incluindo os jardins, e na parte interna, onde já figuraram imagens trazidas da Europa pelos proprietários do local. O Padre José Aparecido diz desejar que ela volte a cumprir sua função original. “A princípio ali seria uma paróquia reitoria, ligada às capelas do Centro Cívico. Mas a gente quer que ela passe a ser uma capela mesmo, a gente quer devolver a igreja à comunidade.”
*Especial para a Gazeta do Povo.

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