Morada que sai do navio

Despojamento e integração com a natureza marcam uma proposta multiuso e multifamiliar na zona sul de Porto Alegre. Na área de 511 metros quadrados de terreno, a edificação de madeira em um dos extremos abriga a casa e o estúdio de trabalho da artista plástica Heloísa Crocco.

Ao imóvel tradicional, uniram-se dois contêineres empilhados que são utilizados como quarto e cozinha industrial pelos filhos, o chef Vico e o videomaker Thomaz. Ao fundo, um novo espaço recém finalizado receberá eventos de arte, cinema e experimentações gastronômicas, entre outros, para pequenos grupos em meio ao verde da região. Os projetos são assinados pela Tao Arquitetos.

Oriundos da 3ª Bienal do Mercosul, realizada em 2001 em mais de um ponto da capital gaúcha, estes contêineres exibiam naquele ano obras de arte à beira do Guaíba. Na nova morada, receberam adaptações como: aberturas, revestimentos internos para conforto térmico e pintura.

As cores vibrantes das estruturas metálicas foram propostas pelo artista Máximo Soalheiro, feitas a partir de minério de ferro, nos tons carbono (em cima) e terra (embaixo). Para adequar os espaços ao uso residencial, os arquitetos colocaram preenchimentos entre a parede e o revestimento final, como isopor ou lã de vidro, recobertos por compensado e lâminas de aço inox.
Um dos pedidos da família Crocco aos arquitetos foi o de manter a integração com o verde. Assim, o pergolado foi fechado com vidro e faz da cozinha um espaço de convívio agradável. A ampla bancada abriga acessórios para cocção e o equipamento principal, em aço enferrujado, para assar alimentos.