Arquitetura

Obra de Niemeyer está na disputa por um lugar na lista de patrimônio mundial da Unesco

HAUS, com AFP
07/07/2016 17:25
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Complexo arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte, pode ser reconhecido como patrimônio mundial da Unesco. Foto: Aglaia Oliveira/Pixabay/Reprodução

Representantes da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) vão se reunir a partir do próximo domingo (10) em Istambul, na Turquia, para debater quais locais entrarão para a lista de patrimônio mundial em 2016.
Estão na disputa desde obras modernistas de Le Corbusier espalhadas por sete países a dólmens pré-históricos de Antequera, na Espanha. A grande aposta do Brasil é o conjunto arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte.
Painel de Portinari para a Igreja de São Francisco de Assis, na Pampulha, em Belo Horizonte, em que ele representa o santo e diversos animais. Foto: divulgação
Painel de Portinari para a Igreja de São Francisco de Assis, na Pampulha, em Belo Horizonte, em que ele representa o santo e diversos animais. Foto: divulgação
O complexo reúne o que há de melhor do modernismo brasileiro, pois conta com contribuições de “gigantes” da arquitetura, arte e paisagismo. O projeto é do arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012), com paisagismo de Burle Marx (1909-1994) e esculturas de Alfredo Ceschiatti (1918-1989).
Na época, o projeto foi alvo de muitas críticas, que contestavam especialmente a nova estética inaugurada. Mas hoje o local é reconhecido mundialmente por quebrar com a monotonia arquitetônica no Brasil dos anos de 1940.
“O que aconteceu na Síria, Iraque, Mali e Afeganistão foi tão chocante que o processo de preparação de listas da Unesco ganhou uma grande importância política”, disse à AFP a diretora geral da Unesco Irina Bokova.
A diplomata búlgara destacou que o interesse pelas questões de patrimônio “aumentou muito nos últimos anos por causa dos conflitos”, assim como pelas novas ameaças vinculadas “à mudança climática ou urbanização”.
Figurar na lista, que hoje inclui 1.031 lugares em 163 países, pode ajudar a facilitar a liberação de ajudas financeiras para a preservação da construção e estímulo do turismo.
Este ano, 29 conjuntos tentam entrar para a lista e a decisão final será adotada pelo comitê de patrimônio, integrado por 21 países eleitos para um mandato de seis anos.
Casa da Cascata: obra de Wright que se destaca pelo bom uso dos elementos naturais. Foto: Frank Lloyd Wright Foundation/Divulgação
Casa da Cascata: obra de Wright que se destaca pelo bom uso dos elementos naturais. Foto: Frank Lloyd Wright Foundation/Divulgação
Os Estados Unidos apresentaram as obras do arquiteto modernista Frank Lloyd Wright.
Já a França sugeriu 17 projetos espalhados por sete países (França, Suíça, Bélgica, Alemanha, Argentina, Japão, Índia) para demonstrar a dimensão planetária da obra do franco-suíço Charles-Edouard Jeanneret-Gris, conhecido como Le Corbusier (1887-1965).
Na lista há ainda vários pontos que remontam à pré-história: os dólmens de Antequera, sul da Espanha, a área das grutas neandertais de Gibraltar, apresentada pela Grã-Bretanha para desgosto dos espanhóis, a reserva de Mistaken Point (Canadá), que inclui fósseis de mais de 560 milhões de anos e os sítios de arte rupestre de Zuojiang Huashan (China), que datam do século V antes de Cristo.

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