Um gênio. Mesmo forte, a palavra não é exagerada quando se trata de ninguém menos do que Frank Lloyd Wright, um dos papas da arquitetura moderna e que deixou seu nome, e por que não dizer seu legado, em mais de 1 mil projetos que assinou ao longo da vida. Oito deles, inclusive, poderão ganhar ainda mais significado ao serem indicados para compor a lista de Patrimônio Mundial da Humanidade da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).

A solicitação de inclusão das obras na lista foi feita pela Frank Lloyd Wright Conservancy, instituição que trabalha na preservação da obra e da história do arquiteto modernista, no fim do ano passado, e contempla seus mais icônicos trabalhos, como a Casa da Cascata e o Museu Guggenheim.

Agora, a proposta encontra-se nas ‘mãos’ do Conselho Internacional da Unesco, que assessora o Comitê do Patrimônio Mundial, e deverá ser avaliada durante a Reunião do Patrimônio Mundial de 2019. O encontro está agendado para julho e irá ocorrer na cidade de Baku, no Azerbaijão.

Se for aceita, os oito edifícios passarão a integrar a lista dos atuais 1.092 bens declarados pela Unesco como Patrimônios Mundiais da Humanidade. Além disso, serão as primeiras obras modernas dos Estados Unidos a entrarem para a lista, que atualmente conta com 24 bens americanos.

Conheça quais são os oito edifícios assinados por Frank Lloyd Wright que podem se tornar patrimônios mundiais.

Uma das obras mais lembradas de Wright, a Casa da Cascata (Fallingwater) foi construída entre 1936 e 1939 na Pensilvânia (EUA). Seu batismo se deve à integração dela ao curso d’água presente no terreno, que foi fortemente explorada pelo arquiteto no projeto. Erguida em pedra e concreto, a casa foi desenhada em volta da chaminé e conta com duas partes: a área principal, de moradia dos clientes, e um quarto de hóspedes.

Construída no Arizona para servir de casa de inverno e escola do arquiteto, a Taliesin West traz como principais materiais a madeira, a pedra e o concreto, que se misturam e dão base à estrutura e ao acabamento do imóvel. Atualmente, o local abriga a Fundação Frank Lloyd Wright e a Escola de Arquitetura de Taliesin.

Construído no início do século 20 em Illinois, o Templo Unity devolveu o abrigo aos fiéis que perderam sua igreja depois que ela foi destruída por um raio seguido de incêndio. Para isso, Wright projetou duas áreas altas e separadas, sendo uma o templo Universalista propriamente dito e, a outra, a casa, utilizada nas reuniões sociais da congregação. Conectadas por um hall de entrada central, as estruturas fazem com que o prédio forme um quadrado perfeito.

Casa ‘agrícola’ de Frank Lloyd Wright, Taliesin foi construída em uma área de 800 hectares que contém sua colina favorita de infância, na Vila de Rio, localizada no estado norte-americano de Wisconsin. Assim como sua irmã de nome, a casa privilegia a madeira, a pedra e concreto em sua estrutura.

A cidade de Chicago é o endereço da The Frederick C. Robie House, construção datada entre 1908 e 1910 e que carrega o sobrenome Wright em seu projeto. Com 1.214 m², a casa abusa dos planos horizontais e tem no revestimento em tijolo romano uma de suas principais características. Extensos beirais, a sacada em balanço (com vigas em aço que sustentam o apoio estrutural) e um interior com mobiliário assinado pelo arquiteto são outros destaques do projeto.

Localizada também em Wisconsin, a casa de Herbert e Katherine Jacobs foi erguida entre os anos de 1936 e 1937 para uma família americana média, ou seja, com baixo orçamento. À época, sua construção custou cerca de cinco mil dólares (menos de R$ 20 mil) e foi destinada a um jovem casal com uma filha. Assim como outras obras do célebre arquiteto, ela abusa dos materiais naturais, como madeira e pedra, além da abundante iluminação natural proporcionada pelas cortinas de vidro.

Projetada para a herdeira do petróleo Aline Barnsdall, a Hollyhock House foi construída entre os anos de 1919 e 1921 em Los Angeles, Califórnia. Seu estilo desafia a categorização estilística do trabalho de Wright e chegou a ser descrita como maia, asteca, egípcia e asiática pelo próprio arquiteto. Isso porque sua estrutura abusa de colunas e pérgolas que remetem a estes estilos.

Último grande projeto assinado por Wright antes de sua morte, em 1959, o Museu Solomon R. Guggenheim teve sua construção iniciada em 1943 e concluída 16 anos depois em Manhattan, Nova York. As curvas orgânicas e o tom de branco que recobre a estrutura causaram estranhamento aos nova-iorquinos pelo seu formato moderno e inusitado para a época. O museu abriga uma coleção de arte moderna e contemporânea.