Arquitetura

Painel do artista Kobra amanhece pichado no aniversário de São Paulo

Felipe Gonçalves
25/01/2017 18:56
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Painel de Eduardo Kobra foi pichado em crítica às ações da Prefeitura de São Paulo. (Sérgio Castro/Estadão Conteúdo) | ESTADÃO CONTEÚDO

Um dos poucos painéis de grafite que deveria ser preservado na Avenida 23 de Maio, em SP, amanheceu pichado nesta quarta (25), dia em que a cidade celebra mais um aniversário. O mural  com arte feita pelo artista Kobra, um dos maiores nomes do grafite nacional, acordou pichado com um desenho representando o prefeito João Doria rabiscando o mural com tinta cinza.
O acontecido é mais uma página do recente embate entre o poder público e os artistas e pichadores da cidade. Ao assumir a prefeitura, a gestão de João Doria deu início à operação Cidade Linda, que causou incômodo de parte da população ao apagar e cobrir murais que continham grafite, tanto de artistas regionais quanto internacionais.
Ação da gestão do prefeito João Dória cobriu murais de grafite que estariam vandalizados ou danificados. (Reprodução/Facebook/João Doria)
Ação da gestão do prefeito João Dória cobriu murais de grafite que estariam vandalizados ou danificados. (Reprodução/Facebook/João Doria)
A medida da Prefeitura divide opiniões. Na terça-feira (24), a ação foi alvo de críticas pelo editorial do jornal Folha de S. Paulo, que condenou a gestão por cobrir as obras. Porém, no mesmo dia, Tony de Marco, artista que teve um painel de 150m na avenida coberto pela operação Cidade Linda, divulgou texto pela rede social Facebook, dizendo que não se incomodou “quando soube que o novo prefeito iria apagar o mural”. Tony diz ter se acostumado a ver as artes cobertas ou apagadas, e acredita que “arte de rua (…) é renovação”.
Ainda assim, na segunda-feira (23), o secretário municipal de Cultura, André Sturm, anunciou que o local “ficou muito cinza”, e que a cidade deve ter um Festival de Grafite ainda este ano. a Av. 23 de Maio, principal alvo das reclamações, pode ser um dos locais a receber o festival, até “em função do ruído”, como disse Sturm sobre as manifestações contrárias.

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