Arquitetura

Após restauro, ponto mais alto do Coliseu é reaberto ao público

Stephanie D'Ornelas*
04/10/2017 21:05
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A partir do dia 1º de novembro, quem visitar o Coliseu de Roma poderá ter uma visão como a dos antigos plebeus romanos. Após mais de quatro décadas, o ático do famoso anfiteatro oval onde os gladiadores lutavam entre si e contra animais selvagens será reaberto ao público. O espaço é o ponto mais alto do Coliseu, a 40 metros do solo, e corresponde ao quinto andar do monumento.
A recuperação do ático integra um projeto milionário de restauração financiado, em parte, por um grupo industrial – modelo que o governo italiano quer aplicar a outros monumentos históricos. Fases iniciais do projeto incluíram limpeza por pulverização para eliminar a sujeira acumulada ao longo dos séculos, renovação das fachadas dos lados norte e sul e a substituição de portões metálicos e de barreiras nos arcos do nível do solo.
Pessoas visitam Coliseu no dia da reabertura do ático. Foto: Andreas Solaro/AFP
Pessoas visitam Coliseu no dia da reabertura do ático. Foto: Andreas Solaro/AFP
A cerimônia de reabertura do ático foi realizada nesta terça (3), com a presença de autoridades italianas. Para visitar o local, os visitantes deverão desembolsar 9 euros, ou 15 para o ingresso que permite o percurso completo pelo Coliseu. As visitas serão feitas apenas com o acompanhamento de guias, em grupos limitados a 25 pessoas.
Classe baixa, vista alta
Enquanto o primeiro nível do Coliseu era reservado para o imperador e seus senadores, o segundo era ocupado por funcionários do Império. A classe média assistia aos combates do terceiro andar, e o quarto era domínio de comerciantes e da pequena burguesia. Já a plebe tinha que subir íngremes degraus e caminhar por túneis mal iluminados para chegar ao quinto e último nível.
Turistas poderão acessar o pavimento mais alto do monumento. Foto: Andreas Solaro/AFP
Turistas poderão acessar o pavimento mais alto do monumento. Foto: Andreas Solaro/AFP
Em contraste ao quarto pavimento que tinha bancos de mármore, à plebe restavam os bancos de madeira. Apesar do desconforto, a classe baixa da população podia desfrutar de uma visão privilegiada. Nesses locais, famílias passavam tardes inteiras, comiam e, muitas vezes, até cozinhavam.
“O barulho e o cheiro devem ter sido infernais”, avaliou Rossela Ream, diretora do Coliseu, em entrevista ao The Telegraph. “Os animais selvagens eram deixados em túneis subterrâneos. Eles não eram alimentados por dias. Então, quando eram levados da escuridão para a arena em gaiolas, deviam ficar aterrorizados. A carnificina foi terrível”, completou.
Dario Franceschini, ministro italiano. Foto: Andreas Solara/AFP
Dario Franceschini, ministro italiano. Foto: Andreas Solara/AFP
De acordo com informações da Agência Italiana de Notícias – ANSA, o ministro de Bens Culturais da Itália, Dalio Franceschini, informou que o próximo passo será o início das obras de recuperação dos subterrâneos do anfiteatro, projeto que deve durar um ano e meio e custar 18 milhões de euros.
O Coliseu é o monumento histórico mais popular da Itália, atraindo mais de 6 milhões de visitantes todos os anos.
*Especial para a Gazeta do Povo

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