O sucesso de uma reforma em casa se mede não só pelo resultado final do espaço reformado, mas também, entre outros itens, pelo fato de ela não causar danos àquilo que não será revitalizado e não pode ser removido do caminho das obras, como janelas, pisos e até móveis e eletrodomésticos. Por isso, o preparo pré-obra e a limpeza pós-obra são etapas que merecem atenção.

“Considero a primeira fase das obras, que é a preparação do canteiro, a mais importante. Alguns podem achar que é perda de tempo e dinheiro, mas quando chega no fim da obra, na hora da limpeza, e tudo está sem dano e quase limpo, você evita retrabalho e economiza”, afirma a designer de interiores Daiane Moraes.

O preparo, conforme ela, consiste em esvaziar o espaço ao máximo, proteger o que precisa ser protegido e isolar a área. “O que der pra ser retirado do espaço, deve ser retirado, embalado e guardado em depósito ou algum espaço em que ninguém vai mexer. Nós costumamos fazer um relatório do que tem no ambiente e do que foi retirado e guardado e também fazemos uma documentação em foto do estado de cada item, inclusive de pisos etc”, conta a profissional.

Em seguida, vem a proteção, que, de acordo com o engenheiro e proprietário da empresa de construção e reformas Better Home, Eleandro Silva, envolve diferentes medidas. “Móveis grandes são cobertos com lonas específicas para esse fim, plástico bolha ou papelão, dependendo de cada caso, e fixados com fita adesiva. Então, é preciso fazer a proteção das áreas de acesso e separar o canteiro de obra da área que continuará sendo usada com lonas, tapumes ou madeirites”, diz Silva.

Para o piso, o especialista diz que há duas opções: em caso de trabalhos mais leves, como reformas elétricas ou repinturas, é possível usar apenas lonas ou papelão; em obras com demolição, é importante que a proteção seja feita também com madeirites para ter robustez e evitar danos a partir do impacto de materiais no chão. Toda lona ou papelão precisa ser adesivada ao piso.

Se a obra puder, de qualquer forma, afetar terceiros, é importante usar telas fachadeiras para protegê-los. Da mesma forma, se envolver a abertura de valas, o local deve ser sinalizado de acordo com as normas estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Além de permitir que o espaço reformado seja ocupado e utilizado novamente, a limpeza na etapa final das obras também contribui para a preservação daquilo que já estava presente no local antes das mudanças. Conforme os profissionais, ela deve acontecer em duas etapas: a primeira para remover entulhos e resíduos mais difíceis de limpar e a segunda, mais leve, para permitir o uso do espaço.

“A limpeza pós-obra pesada é a primeira, a que é feita depois de toda a obra bruta, para entrada da marcenaria, da marmoraria, da iluminação. Depois da instalação desses itens, temos a limpeza mais delicada, para retirar o pó mais fino, que também precisa ser feita com muito cuidado”, diz Daiane.

A melhor solução para esta fase da reforma é, conforme ela, apostar em uma equipe especializada em lidar com esse tipo de sujeira e com os produtos necessários para removê-la sem danificar superfícies. Em alguns casos, a empresa responsável pela execução da reforma já conta com profissionais para isso.

Para quem optar fazer a limpeza por conta própria, a dica do proprietário da Better Home é começar pelo armazenamento do material sobressalente e a destinação de entulhos. Em seguida, é preciso varrer toda a área e aspirá-la, para então remover madeirites, lonas e papelões.

Se houver respingos ou manchas de tinta ou cimento, por exemplo, é preciso usar produtos específicos para removê-los, seguindo sempre as orientações do rótulo, principalmente no que diz respeito às superfícies a que cada produto pode ser aplicado, e usando os equipamentos de proteção individual necessários. Silva lembra ainda que não se deve misturar produtos sem orientação de especialistas, pois isso pode causar acidentes ou prejudicar a saúde, móveis e revestimentos.