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Mercado imobiliário está otimista para fechar 2022 “resiliente”

Flávia Schiochet, especial para HAUS
29/08/2022 20:57
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O ano de 2021 foi único para a história do mercado imobiliário. Com uma população experimentando as consequências do isolamento social durante o primeiro ano de pandemia, a casa e o conforto passaram a ser mais valorizados. E procurados. As vendas no setor bateram recordes e havia esperança de que 2022 fosse similar.
Instabilidades no cenário nacional e internacional, no entanto, fizeram o ano iniciar com um mau prognóstico. "Começamos 2022 com uma expectativa de um PIB de 0,2%. Agora, em agosto, a previsão é terminar em 2%. Foi uma reversão rápida de expectativas", resume Marcos Kahtalian, sócio-fundador da Brain Inteligência Estratégica, instituição de pesquisa do segmento imobiliário. Kahtalian apresentou uma série de dados e análises aos integrantes da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR) na noite da última quinta-feira, 24 de agosto, durante um jantar.
"Ainda assim, 2022 é o segundo melhor ano para a construção civil depois de 2021", constatou Kahtalian. Um burburinho otimista percorreu o salão. Mesmo com a inflação em alta e o cenário político e econômico em crise, a análise dos especialistas é a de que o setor imobiliário está resiliente.
No acumulado do ano, 803.700 mil unidades residenciais foram financiadas no Brasil, uma queda de aproximadamente 15% em comparação ao ano anterior. Segundo dados da Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), o montante financiado nos 12 meses foi de R$ 194,02 bilhões – uma alta de 9,2% em comparação com o mesmo período de 2021. "Se comparar por semestre, há uma queda de -11,7% em relação ao mesmos período do ano anterior. Não é um mau resultado se considerarmos o ano que estamos tendo", analisou o especialista.
O entusiasmo é compartilhado por Luiz Gustavo Salvático, presidente da Ademi-PR: "O setor vinha de um bom ano e esperávamos continuidade. Os números de investimento no Brasil são muito altos: os bancos têm praticamente um PIB anual em valores de investimento privado em seus cofres. As pessoas guardaram dinheiro durante a pandemia e hoje têm acesso à compra do imóvel de uma maneira mais saudável", avalia.

Setor imobiliário em Curitiba

Dentre as particularidades de Curitiba em relação ao Brasil, está a estabilidade no custo de produção e uma taxa de desocupação de 7,4% contra 9,3% nacional. Tirando isso, Curitiba não destoa do cenário nacional. Em um levantamento da Brain em 197 cidades, constatou-se a diminuição de 6% nos lançamentos do segundo trimestre em 2022 comparado ao mesmo período de 2021.
"É um percentual baixo que não indica queda, e sim resiliência do setor imobiliário", interpreta Kahtalian. No acumulado do ano, 300 mil unidades foram lançadas em 2022 no Brasil e 297.700 unidades foram vendidas. "Tudo o que a gente está colocando no mercado está sendo vendido", concluiu.
Comparando os primeiros semestres, houve um aumento de 28% no montante comercializado na capital paranaense: em 2021 foram vendidos 3.987 unidades com um valor geral de vendas (VGV) de R$ 1,78 bilhão; enquanto no mesmo período em 2022 foram 3.368 unidades com um VGV de R$ 2,28 bilhões.
No acumulado do ano, foram mais de 7 mil unidades vendidas na capital paranaense, com uma queda no estoque de apartamentos nos padrões luxo e superluxo, e aumento na venda de imóveis mais baratos. "Apartamentos no padrão especial e com um dormitório estão sendo vendidos rapidamente, em média nove meses. O econômico, em sete meses", apresentou Kahtalian.
O preço médio do metro quadrado privativo na capital paranaense é de R$ 10 mil – o valor é 19,8% acima de 2021, que já era 10,8% a mais que o ano anterior.  O valor geral de vendas residencial também deu um salto: o aumento foi de 28% no primeiro semestre: R$ 1,78 bilhão nos primeiros seis meses de 2021 contra R$ 2,28 bilhões para o mesmo período de 2022.
No primeiro semestre de 2022, foram 43 empreendimentos lançados em Curitiba, em regiões que estão em alta nos últimos anos: Ecoville (tem 52 edifícios em construção), Cabral e Juvevê (com 59 prédios em obras), e Batel e Água Verde (tem 52 empreendimentos sendo construídos).

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