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Arquitetura

Projeto arquitetônico alia luxo e “pé na areia” em meio à mata atlântica na Ilha do Mel

Cristina Seciuk
26/05/2023 15:33
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Ilha do Mel Logdes dá acesso à praia diretamente a partir das suítes. | Carolina Bassini/Divulgação

Um terreno de localização privilegiada, com frente e fundos para o mar em meio à natureza preservada. Este foi o ponto de partida para o surgimento da Ilha do Mel Logdes, pousada inaugurada há pouco menos de seis meses com o objetivo de oferecer uma experiência diferenciada de estadia no litoral paranaense.
Erguido na praia do Istmo, o empreendimento foi idealizado pelo empresário Tairone Passos, que partiu da ideia de aliar a exclusividade da ilha (que tem limitação de visitantes por se tratar de unidade de preservação) com uma proposta de hospedagem boutique, na qual o projeto arquitetônico tem papel fundamental.
Acomodações têm acesso a deck 150 m², projetado para conferir conforto e exclusividade.
Acomodações têm acesso a deck 150 m², projetado para conferir conforto e exclusividade.
Assinada pelo arquiteto Renê Remer, toda a estrutura está suspensa sobre um extenso deck de madeira, solução encontrada para evitar a retirada de vegetação e trazer mais conforto para a circulação de hóspedes e staff.
"Temos um local perfeito, uma praia exuberante e uma vista de tirar o fôlego. Nada melhor do que ressaltar toda esta beleza com um projeto que conseguisse integrar o interior e o exterior. Claro, tivemos que criar diversas soluções com as variáveis, como os desníveis de piso, criando um deck suspenso por toda a pousada, integrando e aproveitando todos os espaços, para preservar as árvores existentes e aproveitar a sombra delas", explica o arquiteto.
Deck destaca a posição privilegiada do terreno, com vista para o nascer do sol.
Deck destaca a posição privilegiada do terreno, com vista para o nascer do sol.
A entrada "oficial" da pousada conta com uma espécie de hall a céu aberto, que dá para os fundos dos cinco lodges existentes, mas o destaque fica para a área do deck que abriga a entrada das suítes: 150 m² com frente desimpedida para o mar.
Conforme o idealizador, a disposição das unidades foi pensada de modo que todas tivessem a mesma qualidade de vista, mas teve como fator definidor a presença das árvores salpicadas pelo terreno - e que seguem em pé. "Criamos uma maquete da vegetação e projetamos os lodges em torno delas [as árvores]", revela Tairone. Algumas das suítes têm até recortes no telhado para comportar a presença e o crescimento das castanheiras.
 Sacadas com vista para o mar.
Sacadas com vista para o mar.
Quatro das acomodações têm 40 m², a quinta, 80 m², todas duplex, com quarto e varanda privativa no andar superior além de janelas do chão ao teto para aproveitar a luz natural e a localização ímpar. No térreo, banheiro ao fundo, sala e cozinha integrados para aproveitamento do espaço e, novamente, vista desimpedida. As escolhas feitas para formatar os lodges, no entanto, foram muito além da estética.
"A opção de ser duplex era para maximizar ainda mais a vista, mas tínhamos uma altura máxima a ser respeitada, por conta da legislação. Daí saiu a ideia de utilizar uma cobertura em curva, que se abre para frente, com telha metálica tipo sanduíche, que é leve e exige menos estrutura. Isso também permitiu aproveitar melhor o mezanino. Outra vantagem é que o telhado é um isolante térmico, que ajuda a diminuir a temperatura interna e assim, permite reduzir o uso do ar-condicionado. Queríamos ter um mezanino e ao mesmo tempo, uma sacada, por isso, fizemos uma passagem externa, que valorizou o conceito da natureza, assim, temos a sensação de estarmos andando entre as árvores", enumera o responsável pelo projeto.
 Interior da suíte duplex de 40 m², com janelas de fora a fora que aproveitam ao máximo a luz natural e a vista diferenciada, de frente para o mar.
Interior da suíte duplex de 40 m², com janelas de fora a fora que aproveitam ao máximo a luz natural e a vista diferenciada, de frente para o mar.
Toda a pousada tem ainda interiores assinados pelo arquiteto Marcelo Lopes, com escolhas certeiras para manter o clima "pé na areia" sem descuidar da sofisticação. Muita textura (da madeira à palha e o cordame náutico) e paleta de cores calminha, focada nos off-whites e terrosos.
A HAUS, ele revela que todo o projeto de finalização foi fundamentado no entorno. "A conexão dos proprietários com a ilha inspirou o cuidado na escolha dos materiais, das cores, o cuidado no paisagismo e iluminação. Tudo pensado para realçar a beleza natural da Ilha e criar belas memórias no imaginário dos visitantes", afirma.
Para área comum e interiores, o arquiteto Marcelo Lopes optou por muita textura e paleta de cores calminha, focada nos off-whites e terrosos
Para área comum e interiores, o arquiteto Marcelo Lopes optou por muita textura e paleta de cores calminha, focada nos off-whites e terrosos
Lopes destaca ainda que, além da disposição interna dos lodges, voltada ao mar, a ambientação da área comum foi pensada de forma a acolher os visitantes, "num convite a experienciar a natureza e se conectar com a ilha". No projeto, ganhou destaque uma canoa, esculpida em família pelos donos da pousada, que para ele "traduz a energia do local".

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