Arquitetura

Resistência e durabilidade

Gazeta do Povo
16/04/2010 03:20
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O casal Daniela e Marcelo Krahn resolveu reformar primeiro a área externa do sobrado (112 metros quadrados) para aproveitar o verão | GAZETA

Pedras (com aparência mais bruta) e cerâmicas (com propriedades antiderrapantes) estão entre os revestimentos mais usados para áreas externas, mas o produto que ganha cada vez mais espaço, inclusive imitando outros materiais, é o cimentício, em placas para pisos e paredes que encantaram os visitantes da Revestir 2010, maior feira do setor no Brasil, em março.
Enquanto algumas linhas investem em formas cruas ou na imitação de materiais como a madeira, outras procuram inspirações mais abstratas. A linha Búzios, da Pietra, por exemplo, leva o nome da cidade litorânea fluminense e tem recortes diferentes conferindo um movimento para a área da piscina. “Nossa inspiração foram as áreas orgânicas do balneário de Búzios”, comenta o sócio da empresa, Luiz Bhering. Ele destaca ainda a linha Nepal, que reproduz bambus e pode ser usada em revestimento de paredes de áreas externas, e os mosaicos para parede da linha Dubai, para fachadas ou compor painéis em áreas internas.
Mistura
Em termos visuais, outra fabricante que oferece pisos de cimento com uma aparência exclusiva é a EcoPietra, marca integrante do Grupo SBR. São placas de concreto polido fabricadas com agregados naturais, originários de resíduos e materiais descartados de pedras nobres, como mármore, quartzo, granito e dolomita. “Utilizamos uma tecnologia italiana nova no Brasil: a Terastone System, desenvolvida pela Breton”, diz o engenheiro e diretor da empresa Antonio Sérgio Reganati. Ele explica que o revestimento é obtido da mistura homogênea de cimento, resíduos das pedras, aditivos e pigmentos, adensados através de processo de vibro-compactação sob vácuo. “Com esse processo os blocos ficam bem densos, não há porosidade o que faz do revestimento uma opção para quem procura durabilidade especialmente em áreas externas.”
Exemplos práticos
O piso cimentício foi uma das escolhas para cobrir uma área de lazer externa projetada pela arquiteta Mariana Paula Souza para o casal de engenheiros eletricistas Marcelo Krahn e Daniela Zocollotti Krahn, que mora em um sobrado do bairro Xaxim, em Curitiba. “Estamos neste imóvel há quatro anos e resolvemos começar a reforma, planejada há algum tempo, pelo lado de fora para poder aproveitar o verão”, diz Daniela Zocollotti Krahn. O marido, Marcelo, ressalta: “com um espaço assim, este ano tiramos férias para ficar em casa.”
A área tem 112 metros quadrados e é composta por uma piscina e uma cobertura com churrasqueira. “A cobertura invade um pedaço da piscina, que é aquecida. Com uma porta de vidro sanfonada é possível fechar esse pedaço da piscina, isolando o vento frio do lado de fora, o que permite que o espaço seja usado no inverno, como um pequeno spa”, explica Mariana. Toda a cobertura tem uma estrutura metálica, que teve o esqueleto coberto por placas cimentícias, e preenchimento de vidro – toda ela custou cerca de R$ 22 mil.
O revestimento que cobre a área ao redor da piscina é a linha Atérmica, da Castelatto, em composição com deques de pinus autoclavado, tratamento que confere à madeira resistência aos efeitos do sol e da umidade. Toda a aplicação da madeira, tanto do deque de entrada da residência, quanto a da área da churrasqueira custou cerca de R$ 7,5 mil.
Outra alternativa
Em uma outra residência de Curi­tiba, com um terreno de mais de dois mil metros quadrados, o arquiteto Marcos Bertoldi usou o fulget, piso do grupo Granitorre, de São Paulo, feito a partir de uma massa composta por granulados de materiais como granito e mármore. “Esse material é capaz de revestir planos horizontais e verticais em blocos únicos e maciços, gerando uma limpeza visual que valoriza bastante nossos projetos contemporâneos, com poucas ou nenhuma junta, e quando elas ocorrem ficam bem niveladas e pouco visíveis”. Segundo a Granitorre, o piso transportado para o Paraná e colocado em uma área de 100 metros quadrados custa cerca de R$ 92 o metro quadrado.
Evite tragédias, deixe a água passar
Diante de tragédias que assolaram alguns estados brasileiros, como Santa Catarina e Rio de Janeiro, nos últimos dois anos por causa da precipitação excessiva de chuvas, muitos se perguntam o que podem fazer? Construções irregulares em encostas e o lixo que se deposita em ralos e bueiros impedindo o fluxo da água são algumas das causas, mas não é só isso. “O processo de urbanização pavimentou e impermeabilizou o solo, para facilitar o fluxo e a vida nas cidades. Como consequência, dificultou a drenagem”, explica o arquiteto e paisagista Benedito Abbud, que acaba de desenvolver um piso cerâmico drenante pela Gyotoku. “O Drenac vem resolver esse dilema, porque possui os benefícios do calçamento aliado às vantagens da permeabilidade natural das águas da chuva para o solo. Foi produzido com material reaproveitável, com o descarte da cerâmica e cimento processados industrialmente e tem permeabilidade de até 82%”. O Drenac possui um acabamento polido, confortável ao toque e que facilita a locomoção de um carrinho de bebê ou mesmo o caminhar com salto.
Com espessura de seis centímetros e excelente resistência, o produto permite o trânsito de veículos de passeio e tráfego leve, como estacionamentos e calçadas. Blocos com oito centímetros de espessura poderão ser feitos sob encomenda e irão suportar o peso de veículos pesados, como caminhões e ônibus. O preço do produto ficará entre R$ 75 e R$ 97 o metro quadrado, de acordo com a Gyotoku.
A Revestir 2010 foi palco de outras propostas semelhantes de pisos drenantes, como o Ekko, da Castelatto, e as linhas Permeare e Praga, da Solarium. “São produtos permeáveis, que possibilitam paginações diversas, criando um ambiente sofisticado”, comenta a arquiteta e proprietária da marca, Ana Cristina de Souza Gomes.
Os produtos foram projetados pela artista plástica Renata Rubim que apostou nas formas orgânicas e em uma inspiração vinda da capital da República Tcheca.

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