Contemplação

Arquitetura

Resort na região de Curitiba inaugura spa de flutuação pioneiro no Paraná

Luan Galani*
16/08/2022 13:54
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O Virá Charme Resort, localizado entre Teixeira Soares e Fernandes Pinheiro, a cerca de 150 km de Curitiba, acaba de inaugurar um spa de flutuação pioneiro no Paraná. O hotel, batizado em homenagem ao cervo-catingueiro (também conhecido como veado-virá) e cuja marca principal são bangalôs sobre a água e chalés no mesmo estilo de construções da cidade de Zakopane, na fronteira da Polônia com a Eslováquia e no sopé das montanhas Tatra, uniu-se a empresa de tecnologia Void Float e ao arquiteto Eduardo Gomes, do escritório Casa de Projetos, para trazer a novidade: um tanque de privação sensorial, como também é chamado o spa, que já é bastante popular nos Estados Unidos e na Austrália.
A tecnologia consiste, então, em um ambiente intimista com uma grande cápsula-banheira-tanque arredondado, no qual a pessoa entra e fica flutuando a 35,5 graus centígrados em uma solução de água super salinizada -- 500 Kg de sal para 500 L de água, uma concentração de sal maior que a do Mar Morto, entre Israel, Palestina e Jordânia, e do Salar de Uyuni, na Bolívia.
A  cápsula-banheira-tanque permite aos hóspedes flutuarem, relaxarem e até tratarem dores.
A cápsula-banheira-tanque permite aos hóspedes flutuarem, relaxarem e até tratarem dores.
Esse é o sal de Epsom, também conhecido como sulfato de magnésio, um mineral que possui propriedades anti-inflamatória, antioxidante e relaxante. "A ideia é perder a referência de tempo e espaço e obter um relaxamento profundo de corpo e mente", explica Luccas Baptista, fundador e diretor da Void Float, empresa por traz da inovação.
O composto também é utilizado para tratamentos de dores nas articulações de idosos, recuperação intensa de músculos de atletas, descanso do excesso de peso no corpo de grávidas, e até mesmo para tratamento estético, uma vez que a água salinizada e de temperatura elevada ajuda na subsequente eliminação de líquidos, reduzindo medidas do corpo.
A reportagem recebeu a oportunidade de experimentar a cápsula por cerca de 45 minutos e a fruição remete muito ao ventre materno ou à imersão em cavernas. O design do tanque do espaço no Virá é outro destaque. É exclusivo -- como se uma nave espacial aterrissasse dentro de um chalé do leste europeu -- e se diferencia de versões presentes no exterior por ser bastante espaçoso e não claustrofóbico. Tem ainda um sistema de cromoterapia, de circulação de água e de sonoridade que facilitam e induzem à contemplação.
“Ao entrar na cápsula, a temperatura do ar e da água são equalizadas com a do corpo. A ideia é que não seja perceptível onde acaba a água e onde começa o ar, sendo uma experiência superimersiva”, explica Baptista.

O projeto

A experiência, porém, começa bem antes de se chegar ao cômodo da banheira, em uma área de transição concebida pelo arquiteto Eduardo Gomes com um corredor aberto com vista para um bosque de bambu, vista para o céu e uma ampla passarela com seixos de rio. Na sala que abriga o tanque, iluminação discreta, poucos materiais, linguagem neutra, proteção termo-acústica, tornando o recinto um mundo paralelo sem interferências externas.
Projeto concebido pelo arquiteto Eduardo Gomes privilegia os elementos naturais externa e internamente.
Projeto concebido pelo arquiteto Eduardo Gomes privilegia os elementos naturais externa e internamente.
“Para a construção do spa, priorizamos materiais naturais, locais e renováveis. Toda a madeira é proveniente do reflorestamento do hotel, as pedras utilizadas vem de uma jazida da região metropolitana de Curitiba, os colaboradores da execução da obra e os prestadores de serviços são todos trabalhadores da região. Proporcionamos uma execução de obra com baixa pegada na emissão de carbono”, resume Gomes.
Após a utilização do spa, uma tecnologia importada filtra e esteriliza a água três vezes, destruindo qualquer bactéria presente nela e criando um ambiente inóspito para a proliferação de organismos. Além de uma limpeza fotocatalítica de luz ultravioleta que desmonta as células de micro-organismos de uma maneira mais eficaz que em uma água fervida, por exemplo.
De acordo com o Virá, não existe contraindicação nem limitações físicas para uso da cápsula, mas, em caso de dúvidas, é orientado que seja consultado um médico antes da utilização. As sessões custam R$ 250, com duração total de 60 minutos.
*O jornalista viajou a convite do Virá Charme Resort.

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