Superlimão opta pela madeira engenheirada para criar o “Méqui” mais sustentável do país

A poucos metros da Avenida Paulista, na esquina da rua Abílio Soares com a avenida Bernardino de Campos, no Paraíso, foi inaugurado um novo McDonald's na cidade de São Paulo, mas ele não é só mais um. A unidade foi erguida com técnicas de construção sustentáveis, com projeto do escritório de arquitetura Superlimão.

Classificado como o McDonald's mais sustentável do Brasil, o projeto usa madeira engenheirada do teto ao piso, opção que reduziu significativamente a pegada de carbono do empreendimento. Além disso, a proposta se baseou na técnica de pré-fabricação, método que minimiza perdas de materiais, reduz o consumo de energia e diminui impactos para a região, já que proporciona um ambiente de construção mais silencioso e cronogramas de obra mais curtos.

Segundo Maria Fernanda Elaiuy, arquiteta do Superlimão, "desde o nascimento do projeto fomos firmes na narrativa da sustentabilidade e na projeção que este tema teria ao ser aplicado num ambiente tão democrático quanto o McDonald’s”. Para além disso, o projeto é percebido como uma oportunidade maior: é o que defende Lula Gouveia, arquiteto e sócio do escritório. "Como a conscientização ambiental é tão importante quanto as ações, decidimos ir além do projeto em si, transformando-o em uma poderosa ferramenta de educação e conscientização ambiental”, conta.

Para destacar essa visão, o projeto conta com uma jornada que pode ser acessada pelo público dentro do restaurante. Guiado por linhas amarelas marcadas no piso, o cliente encontra QR Codes que fornecem informações detalhadas sobre os materiais e as técnicas empregados no projeto. Foi a forma encontrada para tornar os aspectos sustentáveis ainda mais evidentes, defendem os arquitetos. A iniciativa representa o primeiro projeto autoexplicativo idealizado pelo McDonald's e o Superlimão, permitindo que os visitantes compreendam de forma intuitiva os princípios por trás da construção.

Ainda dentre as soluções sustentáveis adotadas no projeto, destacam-se estudos de incidência solar realizados antes da implantação para que fossem instalados brises para controle da insolação como medida de regulação da temperatura interna e a criação de um teto verde, que ajuda a controlar a temperatura interna do salão. Também optou-se por alternativas mais sustentáveis em revestimentos; o porcelanato, por exemplo, foi substituído pelo Concresteel e utilizou-se laminado de PET reciclado em vez do melamínico tradicional. A unidade conta ainda com sistema de captação de águas de chuva e dos condicionadores de ar para reuso.

Esteticamente, uma característica que se destaca é a inspiração para os pilares do projeto, que veio dos troncos das árvores presentes no canteiro central da avenida Bernardino de Campos (diante da unidade, as poucas remanescentes na área), garantindo uma pegada biomimética ao imóvel.