Arquitetura

Tóquio 2020 será oportunidade para um deslumbre com a arquitetura japonesa

HAUS
23/08/2016 19:55
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Dos pequenos estúdios aos grandes escritórios de arquitetura, os profissionais japoneses são conhecidos pelo caráter experimental de suas construções recentes. Fotos: Divulgação

Com o fim dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, o mundo do esporte começa a pensar no novo ciclo olímpico que levará para para Tóquio 2020. Essa será a oportunidade de ouro de o mundo conferir de perto toda a cultura pop que o Japão exporta.
Mas também vai ser a chance de conhecermos a revolução que os arquitetos japoneses lideram na arquitetura contemporânea. Portanto, podemos aguardar estruturas inovadoras na próxima Olimpíada, com tecnologia agregada e apuro estético.
Os profissionais do Japão são conhecidos por serem verdadeiros mestres da reinvenção. Criam técnicas novas de construção, utilizam materiais nos quais ninguém mais bota fé e ousam fazer diferente. Tudo isso tornou o terreno fértil para arquitetos, designers e clientes testarem sem medo os limites do design e da arquitetura, formando uma verdadeira escola de experimentação.
Como atesta o professor de arquitetura contemporânea da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Antonio Manoel Castelnou, “a criação de estruturas inusitadas, o emprego de técnicas e materiais novos [bambu, plástico, papel, papelão, fibras de papel reciclado e tijolos reutilizados], a plástica revolucionária de caráter simbólico [como ligação com a luz solar, apropriação da ação do vento e harmonização com a natureza] e as preocupações com a sustentabilidade socioambiental marcam o trabalho de todos eles”.
A paixão dos profissionais asiáticos pela inovação tem um DNA cultural. Como lembra Alastair Townsend, arquiteto norte-americano radicado em Tóquio e um dos fundadores do escritório BAKOKO, a frequência de terremotos os ensinou a não levar os edifícios tão a sério. Afinal, todos vão abaixo algum dia. O desapego é a regra.
No caso do Japão, Townsend afirma que as pessoas estão acostumadas com a efemeridade das construções porque as casas se desvalorizam ao longo dos anos, como é o caso dos carros no Ocidente. Em geral, depois de 15 anos uma residência perde valor e é demolida com apenas 30 anos de vida.

Conheça quatro gigantes da arquitetura japonesa que encabeçam essa nova era da arquitetura

Shigeru Ban

Foto: Shigeru Ban Architects/Divulgação
Foto: Shigeru Ban Architects/Divulgação
O nome do arquiteto japonês Shigeru Ban, de 59 anos, é sinônimo mundial de criatividade e inovação. Seus tijolos são materiais simples do dia a dia para os quais todo mundo torce o nariz, como bambu, papel, plástico e papelão. Quando ocorrem desastres naturais, ele é sempre um dos primeiros a chegar para ajudar a construir casas, igrejas e centros comunitários com soluções hiper-regionais. É assim desde os conflitos de 1994 em Ruanda, que o instigaram a criar a ONG Voluntary Architects Network, para se dedicar à construção de abrigos humanitários de emergência. Em 2014 foi laureado com o Prêmio Pritzker e desde então tem inspirado uma geração  de novos arquitetos.
Veja nossa entrevista completa com Shigeru Ban aqui.

Toyo Ito

Quando o nome do japonês Toyo Ito, 74 anos, é citado no cenário da arquitetura, muitos costumam dizer que o japonês é um verdadeiro mestre: prefere produzir inovação do que apenas consumi-la. Ele sempre procura dar um sentido transcendente e até esotérico às construções e usa materiais e componentes industriais em suas criações, como metal expandido, chapa perfurada de alumínio e tecidos permeáveis. Uma de suas criações mais emblemáticas é o Museu de Arquitetura Toyo Ito, na cidade japonesa de Imabari-shi. A estrutura escura, hermética e poliédrica é uma homenagem às formas que tanto inspiraram a humanidade, como na teoria das órbitas de Kepler ou das figuras de Escher.

Ryue Nishizawa e Kazuyo Sejima

Delicada, precisa e fluida. Assim é a arquitetura traçada pela dupla japonesa Ryue Nishizawa, 50 anos, e Kazuyo Sejima, 60 anos. Eles valorizam a interação de suas construções com o entorno por acreditar que os prédios são como montanhas que nunca devem perder suas conexões naturais com o meio. Sua obra mais aclamada é o Centro de Aprendizado Rolex da Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça. É um complexo de estudos e convivência que, apesar de ser retangular, se destaca pelas formas onduladas do teto e do piso. A estrutura é transparente e os suportes de sustentação invisíveis, o que demandou a criação de novos métodos de construção.

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