Proteção extra

Arquitetura

Vai pintar paredes externas? Tintas emborrachadas garantem acabamento e mais proteção

Vivian Faria, especial para HAUS
10/02/2023 16:19
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Na hora de pintar a área externa de uma casa (ou qualquer outro edifício), é preciso se preocupar não só com a resistência que a tinta tem ao sol, à chuva e, se for o caso, à maresia, mas também ao trabalho natural dos materiais que ela vai cobrir. Afinal, a variação de temperatura faz a alvenaria dilatar e contrair e, se a tinta não tiver elasticidade para acompanhar esse movimento, ela pode rachar, comprometendo tanto a aparência do imóvel quanto a proteção conferida a ele.
É por isso que as chamadas tintas emborrachadas – ou elastoméricas – vêm sendo cada vez mais recomendadas para pinturas externas. “As tintas têm algo como um filme e, no caso das elastoméricas, por causa do material, esse filme tem muito mais elasticidade. Quando a parede ‘trabalha’, a tinta comum, menos elástica, tende a rachar, enquanto as emborrachadas evitam que isso aconteça”, explica o gerente da Tintas Verginia Barigui, Adham Silva.
A elasticidade vem da resina elastomérica que faz parte da composição do material. Elastômeros são polímeros caracterizados justamente por serem elásticos e viscosos – e são comumente chamados de “borracha”. “O intuito da tecnologia da tinta é garantir total proteção da superfície do lado externo, garantindo a fachada livre de fissuras, infiltrações de água de chuva, umidade, mofo e fungos”, explica o gerente geral da loja Balaroti da Visconde de Guarapuava, Valmir Longo.
É claro que há um limite para a resistência da tinta. Porém, ao evitar boa parte das microfissuras, ela previne danos ao imóvel por um período maior do que as acrílicas, por exemplo. Isso faz com que a repintura não precise ser tão frequente, mesmo quando usada em zonas litorâneas, onde a maresia acelera o desgaste das tintas (e de boa parte dos materiais).
No entanto, é preciso ter em mente que se a tinta tiver uma cor forte, a tendência é que ela desbote na mesma velocidade que as tintas acrílicas. O gerente da Tintas Verginia alerta ainda para outros dois pontos: “O rendimento é menor do que o de uma tinta acrílica comum, porque ela é mais 'grossa'. Rende em torno de 10% a menos. E o custo desse material é maior, em torno de 20%”.
Ele explica, porém, que a avaliação do custo-benefício tende a ser favorável às tintas emborrachadas, pois elas evitam outros gastos com manutenção do imóvel.

Aplicação

De acordo com os especialistas, a aplicação da tinta emborrachada segue procedimentos padrão para pinturas. “É preciso garantir que a superfície está totalmente preparada antes da aplicação da tinta, livre de sujeiras, oleosidades etc.”, diz Longo.
A preparação também passa por tratar problemas como umidade e rachaduras, o que pode exigir a aplicação de fundo preparador, impermeabilizante ou massa corrida. “Às vezes a pessoa escolhe a tinta para tentar tratar umidade, mas não é assim que funciona. A tinta vai cumprir seu papel desde que a parede com umidade seja tratada previamente. Senão, ela vai formar bolhas”, explica Silva.
“Também é importante seguir todos os processos descritos em embalagem, como ferramentas, diluição, intervalo entre demãos e outros procedimentos”, completa o representante do Balaroti.

Área interna

Embora seja considerada uma ótima opção para áreas externas, a tinta emborrachada não é recomendada para uso interno. Conforme Silva, isso se dá pois a elasticidade faz com que o acabamento – que é fosco – seja menos requintado do que o de outras tintas. Outro ponto é que, se houver patologias na parede, como umidade vindo de fora para dentro, isso vai fazer com que a tinta forme bolhas.

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