Ontem e hoje: a experiência na D’Days Paris

Daniela Busarello
23/06/2015 01:00
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Fotos: divulgação

Paris também tem sua design week. Trata-se do D’Days, que acontece sempre entre maio e junho, e, neste ano, sob o tema “experiência”, comemora 15 anos. A cidade inteira fica em êxtase não só para ver as novidades, como acontece em Milão, mas para conhecer novos mundos vindos de longe, jovens designers, pesquisas de materiais. Em Paris tudo é intelecto e polêmico, embasado em conceitos e ideias que unem passado, presente e futuro. Em destaque, o artesanato, o feito à mão e a peça única. Design-arte, que é objeto do desejo. A seguir, quatro lugares, quatro poesias-experimentos, sendo três deles olhares para o passado, que trazem para o presente técnicas ancestrais.
Vidro soprado
Permito-me contar sobre o privilégio de poder criar em Murano, na Itália, o Mose (Moisés) – um projeto que começou em 2010, esteve exposto no Le Bon Marché em 2013, na design week de Milão deste ano e, agora, durante o D’Days, na boutique do Musée des Arts Décoratifs. O próximo passo é chegar ao Brasil e aos Estados Unidos. Mose é a bossa da Laguna de Veneza, o tilintar dos raios de sol (e da lua), o sussurar dos grãos de areia, a explosão de alquimia, o estalar do fogo. Mose é feito à mão, cada peça é única, criada na arte do vidro soprado, assinada e numerada. 108 Rue Vieille du Temple, 75003, e 107 Rue de Rivoli, 75001, os dois em Paris.
Surreal e arqueológico
Petit h é o ateliê da maison Hermès, orquestrado por Pascale Mussard, que, há 35 anos, coleciona tesouros. Em 2011, ela fundou a Petit h, que recicla e reinventa os “restos” de belos materiais utilizados pela maison. Neste ano, para o D’Days, ela e os arquitetos-designers Nicolas Daul e Julien Demanche apresentam um terrazzo, feito de refugo de mármore, com jaspe, lápis-lazuli e pedras nobres de carreiras de mármore do Vêneto, além de peças de descarte da maison, como botões de 6 furos de quando Martin Margiela era diretor do prêt-à-porter, cadeados da bolsa Kelly, fivelas de cintos, chaves, peças de relógios. Rue de Sèvres, 75007, Paris.
Gastronomia é design
Os cafés em Paris são tradicionalmente lugares de encontro. Foi assim que os amigos Yves Mirande, jornalista especialista em design, Fabien Vallérian, responsável do marketing na Baccarat, e o pâtissier Sébastien Gaudard se conheceram. Três apaixonados pelo design, que mergulharam nas reservas e coleções da Manufatura de Sèvres, para compor um serviço de porcelana especialíssimo para a mostra, onde, além da mesa, estão expostas obras de arte da Manufatura e a pâtisserie se inspira do célebre bowl “seio de Marie-Antoinette” . Café de Sèvres, por Sébastien Gaudard, 24 Place des Vosges, 75003, Paris.
Cores
Instalação inteligente, sutil e surpreendente que re-interpreta os esmaltados das palhetas de cores e do branco das porcelanas de Sèvres. São 14 peças únicas em porcelana branca, cujas formas foram retiradas do repertório clássico desta Manufatura. Cada vaso é complementado por suportes em vidro soprado onde são colocados os pigmentos de cor, que dão pistas de como seria a peça decorada. Compradores e colecionadores podem deixar a peça “em constução” ou escolher a forma como será concluída. 4 Place André Malraux, 75001, Paris.

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