Casa Cor

Arte além do quadro: obras em papel de parede e tapetes ganham espaço na decoração

Aléxia Saraiva
08/06/2018 21:10
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Hall de Entrada, por Yara Mendes, tem obra de André Mendes impressa diretamente no papel de parede. Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

Além de peças de design autoral e quadros e esculturas icônicos, uma decoração de interiores exclusiva e com personalidade pode ainda ousar utilizando de obras de arte que extrapolam a tela e chegam a inúmeras plataformas. Ideias como papel de parede, estampas no tapete ou ainda luz neon são algumas das opções que apareceram na Casa Cor Paraná 2018 como forma de trazer identidade e elegância ao ambiente.

Do teto à parede

A decoradora Yara Mendes apostou em uma plataforma inusitada para trazer arte ao seu ambiente: o papel de parede. Para isso, pediu ao artista plástico André Mendes uma obra para incorporar o seu projeto. “Por ser um hall de entrada com dois níveis ligados por uma escada, eu senti que tinha que impactar de alguma forma. Então eu pedi para o André uma obra que desse continuidade aos dois espaços, com uma unidade de tons terrosos e metais rosados, e teve o efeito desejado”, destaca.
Hall de Entrada, por Yara Mendes, tem obra de André Mendes impressa diretamente no papel de parede. Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo
Hall de Entrada, por Yara Mendes, tem obra de André Mendes impressa diretamente no papel de parede. Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo
André explica que, em casos como esse, em que a linguagem da obra será trabalhada com um objetivo final, existe um direcionamento diferente do trabalho autoral. ” É diferente de uma tela que eu estou pintando no meu ateliê, que não tem um lugar ou um destino. Tudo muda quando você é parte de um contexto — é uma linha tênue entre a arte e o design que precisa ser esclarecida“, explica.
Na obra, ele fez uma pincelada de nanquim única em uma folha de papel de 50 x 40 cm, que foi impressa em látex em cerca de 30m² de papel de parede.

Luz neon

Já o Living, ambiente de Mauricio Pinheiro Lima e Carla Mattioli, trouxe a arte ao neon. A obra “Insula” é assinada por Ale Mazzarolo, artista plástico que desde 2012 trabalha com o material. Ele conta que, no começo, o processo criativo não era tão abstrato, já que o resultado tomava a forma de palavras. Com o tempo, as obras foram tomando um rumo gráfico.
Espaço do living, assinado por Maurício Pinheiro Lima e Carla Mattioli. Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo
Espaço do living, assinado por Maurício Pinheiro Lima e Carla Mattioli. Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo
A obra é feita em tubo de vidro transparente moldado, que leva dentro o gás neon, elemento que dá a cor. “A luz é feita através do gás neon, e dependendo da mistura do tubo com a cor do gás a gente chega a alguns tons. É basicamente uma alquimia, com um processo extremamente artesanal e manual”. Para dar a forma, o tubo de vidro é esquentado e moldado.
“Insula” foi feita exclusivamente para o ambiente do Living e faz parte de uma série que poeticamente busca representar ilhas e arquipélagos. “Foi feito um estudo do que poderia conversar com a proposta do ambiente. A obra tem duas situações: quando está apagada, totalmente transparente; e quando a cor aparece, trazendo aconchego“, conta Mazzarolo.
Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo
Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo

Sob os pés

A arquiteta Samara Barbosa apostou em um tapete com desenho original para compor o ambiente da Sala de Almoço. Sua estampa foi inspirada em trabalhos expostos na maior feira de tapetes da Alemanha. “Eu queria um tapete que tivesse inspiração de arte abstrata, e não formas geométricas ou simétricas. O desenho foi feito como se alguém tivesse jogado tinta com um pincel”, conta Barbosa.
Suas cores, em cinza claro e grafite, foram desenvolvidas para compor a paleta de cores do ambiente. A arquiteta explica ainda que apostou na novidade para testar a recepção do público, e que a resposta tem sido extremamente positiva.
Sala de Almoço, por Samara Barbosa. Foto: Eduardo Macarios
Sala de Almoço, por Samara Barbosa. Foto: Eduardo Macarios

Tapeçaria na vertical

Na varanda externa do Café, de Gisela Miró e Rafael Carvalho, é o trabalho do artista plástico Eleuthério Netto que rouba a cena. Pendurado na parede como uma peça de tapeçaria antiga, a obra é toda feita a partir de materiais reutilizados.
Foto: Hugo Harada / Gazeta do Povo
Foto: Hugo Harada / Gazeta do Povo
A inspiração do ambiente, que é composto pela parte interna e externa, é um design contemporâneo com marcenaria minimalista. Os arquitetos ainda utilizam diversas plantas que, junto a efeitos de iluminação e estampas geométricas, faz o espaço se tornar acolhedor.

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