Decoração

Assinatura paranaense

Flávia Schiochet, especial para a Gazeta do Povo
02/08/2012 03:08
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Gerações depois, a herança artesanal virou produção seriada. Troncos de imbuia, jacarandá, araucária, entre outros, eram transformados em móveis por empresas como a Companhia Industrial de Móveis S/A (Cimo), primeiro nome que vem à cabeça ao relembrar o início da indústria madeireira no estado. Apesar de catarinense, boa parte da história da Cimo foi talhada em Curitiba, e a empresa, que funcionou dos anos 1920 até meados de 1980, chegou a ser a maior produtora de móveis da América Latina.
Entre 1972 e 1978, o designer Guilherme Bender trabalhou na área de desenvolvimento de produtos da Cimo, época que ele lembra como “o melhor laboratório da minha vida”. De lá para cá, o Brasil experimentou um crescimento populacional e de consumo, além do desenvolvimento tecnológico. As formas e processos para se fazer um móvel não são mais os mesmos, mas e a criação? Se antes o criativo cuidava da parte estética e plástica do produto, agora ele deve estar atento ao processo como um todo. “A grande diferença é que naquela época o criador estava mais preocupado com o aspecto ético-plástico. Hoje ser criativo é uma das condições. O designer tem de saber explorar oportunidades de negócios”, reflete Bender.
E quando falamos de designers, estamos nos referindo a quem projeta algo, seja um vaso, uma fruteira ou um sofá. Antes de surgirem os primeiros cursos de Desenho Industrial no Brasil, nos anos 1960, os designers eram majoritariamente artistas, arquitetos e até artesãos que trabalhavam na área. Com o surgimento das faculdades, o ofício ganhou novos profissionais. E o Brasil só ganhou com isso.
Segundo Ana Brum, diretora do Centro Design do Paraná, nos últimos cinco anos, o país esteve entre os dez mais premiados do mundo, ficando à frente de países com tradição industrial, como Inglaterra, Dinamarca e Suíça. E há representantes paranaenses sob os holofotes: ambientes e peças desenhadas pelo arquiteto londrinense Guilherme Torres, por exemplo, figuram em publicações internacionais especializadas; criações da dupla Paulo Biacchi e Carolina Armellini, da Fetiche Design, foram expostas em mostras da Bélgica, Itália e Inglaterra; o Atelier UM+D, de Curitiba, foi eleito um dos dez escritórios brasileiros contemporâneos mais representativos do Brasil pela revista britânica Wallpaper, em 2010.
O Viver Bem Casa & Decoração selecionou 14 criadores paranaenses, entre arquitetos e designers, para falar da criação atual de produtos para a casa. Com vocês, designers que estão há mais tempo no mercado e outros jovens talentos…

Designers paranaenses

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