Você já se pegou desesperado tentando "desenterrar" a tábua de passar roupas em meio a um mar de bagunça na sua área de serviço? Isso é mais comum do que você imagina. No entanto, a tarefa de cuidar da casa pode ser descomplicada e, até mesmo, prazerosa, basta um pouco de organização e planejamento para o ambiente.

Sobre este assunto, conversamos com a arquiteta Júlia Guadix, especializada em design de interiores e com base na expertise da profissional compilamos cinco dicas para transformar sua área de serviço em um espaço livre de desordem.

O primeiro passo para organizar a área de serviço é considerar o que será guardado no cômodo. Até mesmo espaços pequenos podem ser transformados. Após definir o uso do espaço, a dica é analisar a profundidade dos móveis como uma estratégia para melhorar a percepção de amplitude e continuidade do ambiente, como explica a arquiteta Júlia Guadix.

“É preciso definir se ali
estarão os produtos e utensílios habituais de limpeza ou se haverá demanda para
acomodar outros itens, como caixa de ferramentas. A atenção com as medidas de
armários e prateleiras também é de extrema importância, sendo que o comprimento
e a largura variam de acordo com o tamanho do ambiente”, destaca a especialista.

Tanto os ambientes pequenos quanto os grandes podem se beneficiar das áreas verticais, mas a arquiteta alerta sobre o espaçamento ideal entre os objetos para manter a área de serviço organizada.

“Quando uma prateleira fica logo acima de uma bancada, precisamos que ela seja 25 cm menos profunda que a bancada, como forma de evitar que as pessoas batam a cabeça. Para receber vassouras, rodos, pás e outros utensílios, 60 cm de frente é um bom tamanho, cabe até um varal dobrável. E considerando que a área de serviço em geral é um cômodo reduzido, uma bancada de 40 a 45 cm de profundidade já é o suficiente”, afirma.

Uma área de serviço organizada e funcional é aquela que não deixa o morador na mão quando ele mais precisa. Por isso, alguns elementos são cruciais. A máquina de lavar é um deles. Júlia Guadix dá dicas para não exagerar no tamanho. “Para uma família de duas a quatro pessoas, a indicação é adquirir um modelo com capacidade de 10 Kg. Neste tipo de equipamento, a capacidade de lavar é sempre superior ao processo de secagem”.

Além disso, a especialista afirma que a bancada perto da máquina de lavar também é um componente indispensável, pois cria uma área útil que dá apoio para o morador. Outro item indispensável é o varal para secar as roupas, que pode ser escolhido de modo a se adaptar ao espaço e à configuração do ambiente. Não deixe de considerar os diversos modelos disponíveis: retrátil de parede, de chão, de teto, dobrável.

O tanque também é recomendado pois facilita a lavagem de peças pesadas ou que não devem ser colocadas na máquina. Segundo a arquiteta, a cultura brasileira incorporou o tanque no processo de limpeza, mas ele não é obrigatório. Se não for possível incluí-lo no projeto, no entanto, pode haver necessidade de recorrer a alternativas menos práticas, como utilizar uma bacia ou próprio chuveiro do banheiro, pondera Júlia.

Embora a escolha das cores não seja um aspecto crucial para manter a área de serviço organizada, ela pode desempenhar um papel importante não apenas no visual deste espaço, mas tem o poder de influenciar nosso humor, energia e, até mesmo, a nossa produtividade. “O morador pode escolher as cores que quiser, mas elas devem seguir a proposta do projeto. Eu, particularmente, sempre uso branco e cinza, geralmente tons mais neutros”, diz Júlia Guadix.

Outro fator importante sobre
a cor das paredes e móveis é o poder que elas têm de afetar a percepção da
iluminação na área de serviço. Cores mais claras refletem melhor a luz.

Se você tem se esforçado para manter a sua área de serviço organizada, mas ainda não alcançou os resultados desejados é possível que esteja cometendo alguns erros comuns.

“Um dos maiores erros nas
áreas de serviço é colocar produtos de limpeza e outros itens em locais de
difícil acesso. Outro erro é empilhar coisas e deixar produtos de limpeza ao
alcance de crianças e pets”, ressalta a arquiteta.

Além disso, é fundamental desapegar de itens que você não utiliza mais. Muitas vezes acumulamos objetos desnecessários ao longo do tempo, ocupando espaço e dificultando a organização. “Cada um tem sua forma de
descartar itens que não são utilizados. Aqui em casa, duas vezes por ano
fazemos a arrumação geral dos armários e descartamos algumas coisas. Tem objetos
que vão para o lixo, outros mandamos para o reciclável e também doamos alguns
itens”, orienta a especialista.