Nada como ter um ambiente organizado, prático e agradável para cozinhar e reunir a família, não é mesmo? Este é justamente o objetivo de muitas pessoas ao pensar um projeto de cozinha: construir um ambiente funcional, que agregue conforto e economia de tempo à rotina, mas sem abrir mão da beleza.

Num cômodo bem planejado, tudo flui melhor porque mesas, bancadas, armários, gavetas e eletrodomésticos são posicionados de forma inteligente. Tudo é pensado e projetado para ficar em altura e locais adequados, garantindo o melhor aproveitamento possível do ambiente. Além disso, uma cozinha funcional sempre tem um toque decorativo e cuidado especial na escolha de móveis, acessórios e iluminação.

Para ajudar a deixar sua cozinha mais funcional, conversamos com a arquiteta Gigi Gorenstein, que elencou dicas para você acertar nos detalhes e torná-la prática e bonita. Confira!

No cotidiano, não basta a cozinha ser esteticamente agradável. Ela precisa ser fácil de usar. Segundo Gigi Gorenstein, a disposição dos elementos é um fator primordial para a funcionalidade e para a ergonomia do local.

“A cozinha funcional é aquela onde você tem tudo ao alcance, principalmente fogão (que é o elemento principal do ambiente), geladeira e pia. Se possível, devemos pensar na disposição linear, na qual a gente tem, na mesma linha, os três elementos, com a geladeira no canto, a pia no meio e o fogão no outro canto”, sugere a arquiteta.

Apostar na regra do triângulo é outra dica para otimizar o fluxo. Pense na forma geométrica dentro da área do ambiente e, nela, reserve os vértices para cada elemento do trio essencial. Desta forma, o cômodo terá um layout que facilita a mobilidade, com pequenos deslocamentos entre um ponto e outro.

Caso a cozinha comporte a instalação de uma ilha, atente-se para a uniformização das alturas, a fim de manter a unidade visual e facilitar a utilização do ambiente no dia a dia.

As gavetas e gavetões são indispensáveis para cozinhas funcionais, desde que sejam distribuídos de maneira planejada dentro do ambiente. São elementos que permitem organizar diversos objetos, como utensílios, potes e panelas, de forma estratégica e de acordo com a rotina de uso.

Para que o projeto fique sob medida é válido investir na marcenaria planejada, já que os móveis são feitos conforme o espaço disponível, com a colocação de armários, gavetas, bancadas e gavetões de acordo com a necessidade e área de cada projeto. Pode-se, por exemplo, investir em conjuntos de gavetas embaixo dos balcões e da pia, o que contribui com a otimização dos espaços e facilita o acesso aos utensílios na hora de cozinhar.

Se a sua metragem é limitada, a ajuda de um arquiteto é fundamental. "Planejamento é tudo nesse caso”, destaca Gigi.

A recomendação da especialista é apostar em cores claras no tampo e nos armários e usar elementos pontuais em madeira para trazer aconchego. Além disso, alguns componentes podem ser direcionados para outros espaços da casa. “Uma adega na cozinha, por exemplo, é dispensável, porque ela pode estar na sala sem problema algum”, indica.

Alguns objetos são interessantes em uma cozinha funcional, como, por exemplo, um cooktop, barras de inox fixadas nas paredes, suportes de pratos e tábua removível. A dica é priorizar itens fabricados com materiais de boa qualidade e que dialoguem com a decoração.

"Atualmente, boa parte dos clientes investe em triturador e cuba profunda, ao estilo americano. Além disso, gostam das torneiras altas, flexíveis e móveis (monocomando)”, acrescenta Gigi.

Uma das principais dúvidas dos moradores é saber o local correto da geladeira. Segundo a arquiteta, o ideal é colocar o eletrodoméstico em um local de fácil acesso e em um canto, para aproveitar mais o espaço da cozinha, sem atrapalhar o fluxo.

Outro ponto importante é tomar cuidado na hora de escolher o modelo do eletrodoméstico, para não optar por uma geladeira muito grande que atrapalhe a passagem ou ocupe muito espaço dentro do ambiente. A orientação é anotar as medidas do local antes de fazer a compra e pesquisar modelos adequados ao cômodo.

Por ser uma área de trabalho, a cozinha deve contar com um projeto luminotécnico. “Atualmente, as luzes brancas estão menos populares. A temperatura de 3.700k é ótima, entre a luz amarela e a branca, mais suave”, ressalta Gigi.

Outros ambientes, como a mesa da copa, a ilha, a bancada e o fogão podem ter pendentes, trilhos de luz ou fitas de LED para a inserção de pontos de iluminação exclusivos e direcionados.

Sobre as cores recomendadas para as paredes da cozinha, a arquiteta diz que tons de verde ou azul são boas escolhas, mas sempre com uma base clara e com a utilização também da madeira, para contribuir com a sensação de conforto e aconchego.

Atualmente, existe uma grande variedade de revestimentos para a cozinha, porém a orientação da arquiteta é sempre escolher itens resistentes, para evitar reformas.

O acabamento da marcenaria com melamina, um composto plástico, é um dos mais utilizados pela profissional por causa do seu alto nível de resistência, principalmente para proteger os móveis contra pequenos acidentes, como batidas.

Já o quartzo e seus derivados são excelentes para as bancadas, pois não mancham facilmente, como acontece com outros materiais.

São muitos os pontos de atenção ao se pensar no projeto ou reforma de uma cozinha, e um profissional especializado é capaz de orientar todos eles segundo as necessidades e desejos do cliente em questão. O arquiteto também consegue fazer adaptações necessárias e auxilia nas melhores escolhas dos materiais, sempre levando em consideração o projeto como um todo, do desenho ao orçamento.

“Hoje, existem no mercado móveis modulares que podem ser uma alternativa com um custo mais baixo. Mas uma cozinha já pode ser funcional com uma boa organização. Existem diversos organizadores de armários que auxiliam na estocagem de utensílios e alimentos. O importante é construir um espaço com boa circulação e com fácil acesso aos itens”, finaliza a arquiteta.