Reforma em apê dos anos 1960 remodela planta para priorizar área social

Proporcionar mais espaço de integração para uma família formada por um casal com dois filhos pequenos, resgatar aos moradores – cariocas morando em São Paulo – a memória do mar e homenagear, com ares modernistas, a história sessentona do apartamento. Estas foram as principais premissas do projeto do apartamento de 135 m² que teve reforma conduzida pelas arquitetas Sarah Bonanno e Marina Cardoso de Almeida, da TRIA Arquitetura.

Localizado no movimentado bairro do Itaim Bibi, na capital paulista, o espaço tem planta original da década de 1960 e precisou de algumas adequações na estrutura que permitissem a elaboração de uma área de convivência mais generosa, que proporcionasse convívio familiar nos momentos do dia a dia.

Para isso, a planta foi revista. A maior mudança se deu nas áreas de serviço do apartamento, que teve o quarto de serviço eliminado, o que aumentou o espaço da sala, e o banheiro mantido como apoio e depósito. “A área de serviço era muito generosa em comparação com a social. Como hoje as pessoas participam mais da casa, quisemos integrar o máximo, diminuir essa parte e fazer um banheiro de serviço”, explica Sarah.

No ambiente social, a sala ganhou mais uma janela. A cozinha foi aberta para a sala de jantar e um painel de correr de madeira, com 10 metros de largura, se tornou o grande elemento de destaque do projeto. “É uma porta de madeira ripada que possibilita que a cozinha seja fechada quando a família quiser mais intimidade na sala, funcionando como um painel de fundo, mas também é funcional, quando a família está toda reunida”, explica Sarah.

O elemento dialoga com o restante da decoração do apartamento, que tem uma pegada modernista com base na madeira, no branco e em tons de verde azulado na cozinha e no quarto das crianças. “Quando propusemos o mobiliário, trouxemos a palhinha nas cadeiras da sala, puxando para a pegada modernista, porque o apartamento também é dessa época”, explicam as profissionais.

O piso em tom areia, na cozinha, também possui um propósito: “os materiais mais naturais têm a ver com o perfil dos moradores, que são cariocas e estão morando em São Paulo há um tempo. Então, não queríamos nada clássico, austero, pesado. A ideia era lembrar o clima de praia ao qual estavam acostumados e que não existe aqui”, detalha Sarah. “Trouxemos para a sala o elemento metálico leve em forma da estante delgada e branca, que faz o contraponto perfeito com o grande painel de madeira ripada”, acrescenta.

Os quartos generosos, como os projetos da época em que o apartamento foi construído traziam, foram mantidos em seu tamanho original, tendo os banheiros totalmente reformados e modernizados.

No quarto das crianças, dois gêmeos de 6 anos de idade, para reforçar a referência à natureza, o mobiliário em verde azulado contrasta com o papel de parede que lembra flechas indígenas. O piso vinílico, por sua vez, traz um ar mais contemporâneo.

A iluminação foi projetada de modo que não fosse protagonista e apenas evidenciasse o uso das texturas e materiais aplicados. Sobre a estante metálica, por exemplo, uma fita de led embutida marca o perímetro de toda sua extensão e a faz “flutuar” com delicada leveza.