Decoração

Vintage e retrô: decoração com velharias

Bruna Covacci, especial para a Gazeta do Povo
22/01/2015 02:12
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Eles adoram o cheiro de mofo das lojas de produtos de segunda mão ou dos porões de casas de parentes. Vasculham tudo na busca por alguma preciosidade. Fomos atrás de gente que gosta de decoração feita com velharias. Para compor ambientes únicos e cheios de personalidade, misturam itens vintage e retrôs a produções contemporâneas.
Estilo
Saiba a diferença entre vintage e retrô
De acordo com a professora de História da Moda e empresária da loja virtual de decoração Venda Vintage, Daniela Nogueira, o retrô é feito nos dias de hoje com inspiração no passado. Algumas empresas de móveis e eletrodomésticos fabricam produtos que remetem às décadas de 1950 e 1960, por exemplo. O vintage, por sua vez, é o antigo de verdade, feito no passado. “Garimpadas em antiquários, feiras e lugares escondidos nas cidades ou ainda resgatadas da mobília de família, essas peças voltam a ser usadas”, conta. Para ela, a grande razão para a escolha de objetos nessa linha é a nostalgia de memórias felizes de outras épocas da vida. “Sempre me interessei por antiguidades, por tudo aquilo que me remete ao tempo dos meus avós. Digo que tudo retorna, por isso, não devemos nos desfazer de nada. Nossa mobília é como nossa ‘memorabilia’”, diz.
Caçadora de velharias
Mas o “ouro”, segundo Suiane, está nas ruas. Ela e o marido, o também designer Raphael Rodrigues da Silva, 34, sempre ficam de olho no que o pessoal se desfaz. “Tem de ficar procurando. Tenho uma cadeira azul que o Rapha me deu ainda quando namorávamos.” A herança da família aparece em outros detalhes, como na cômoda de imbuia que a mãe ganhou de casamento. “Quando terminei de restaurar ela não queria mais nem me dar o móvel”, recorda, aos risos.
Viva o original
Profissão retrô
Música e decoração
“Desde cedo eu percebi que gostava do estilo vintage. Mas foi aos 16 anos que me descobri um verdadeiro retrô. Comprei uma coleção de discos com coisas que eu nem conhecia e meus pelos arrepiaram quando coloquei Little Richard para tocar. Depois disso me tornei um apaixonado pelos anos 1950”, relata. Victor virou um “caçador de relíquias”, segundo ele mesmo. Alguns dos seus móveis estão com ele há mais de 15 anos, entre eles, achados da Rua Riachuelo que, pouco a pouco, foram restaurados, como o sofá e as poltronas da sala, de 1962. Há também peças trazidas de viagens, como as caixas de refrigerante, da Rota 66, e um carrinho Radio Flyer encontrado num sebo no Colorado, nos EUA. Lábia e poder de convencimento foram outros artifícios que o ajudaram. O ventilador que hoje fica na sala era de um porteiro. Como ele conseguiu? “Perguntei se ele era suficiente para refrescar no calor. Como ele me respondeu desanimado que era o que tinha, comprei um novo e troquei pelo velho. Ambos saímos ganhando”, conta. E a tevê Philco Predicta de 1957 que ainda funciona? “Essa era de um parente meu, sempre fiquei de olho.
Depois de um tempo descobri que ele a tinha vendido para a (loja) Desmobilia, fui correndo resgatar.” Na cozinha, o charme se divide entre várias peças, que vão da bancada, ao piso quadriculado e à geladeira original de 1957. A sala de tevê conta com um cantinho especial, com uma radiola que foi restaurada há dois anos. Se ele parou por aí? O estoque de antiguidades na garagem é prova de que a temporada de reformas está só começando.
Cheio de memórias

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