Mobiliário

Design

Novo selo celebra design de vanguarda com reedição de Michel Arnoult

HAUS
09/06/2023 13:48
Thumbnail
"Michel Arnoult apresenta um design autoral, muito antes desta expressão existir e muda o mercado brasileiro com suas ideias simples e bem executadas, com apurado desenho bem resolvido e diálogo com a indústria que se formava na época. Queremos recontar esta história, preservar e valorizar o legado artístico do designer”. A declaração é de Pablo Casas, diretor da Herança Cultural e agora co-fundador da Tato, novo selo de mobiliário que surge para celebrar artistas, designers e movimentos de vanguarda do segmento.
Composta ainda por Giorgio Bonaguro e Ronald Sasson, a Tato promete reedições que destaquem narrativas menos conhecidas ou que apresentem um lado da prática de artistas canônicos que até mesmo colecionadores e especialistas consideram dignos de mais atenção curatorial e de mercado. Desta perspectiva surgiu a escolha para o dèbut: a reedição oficial de uma grande linha de peças modernas do francês radicado no Brasil, Michel Arnoult.
Nascido na França em 1922, Arnoult chegou ao Rio de Janeiro 1950, estudou Arquitetura e fez estágio com Oscar Niemeyer. Na época, a arquitetura moderna e suas aplicações no campo da habitação social atingem seu ápice e Michel Arnoult se dedicou a criar para as reais necessidades do mercado e às dimensões menores dos novos interiores. Hoje, suas obras são consideradas ícones do design moderno brasileiro, marcadas pelo cuidado com os detalhes e a limpeza estética, tendo iniciado o conceito de "conforto firme": um design bem estudado aliado à grande qualidade de fabricação, trazendo conforto para móveis feitos apenas de madeira.
Para a série foram escolhidos 10 itens, entre cadeiras, poltrona, mesa de centro e mesa lateral, fabricados em imbuia maciça e freijó.
Confira mais sobre a Tato em entrevista do co-fundador, Pablo Casas, para HAUS:

Como surgiu a Tato? E como foi a escolha pela reedição do mobiliário de Michel Arnoult para o primeiro lançamento?

A editora Tato nasceu da vontade de redescobrir peças de grande prestígio do design brasileiro, móveis caracterizados por uma estética muito refinada, mas que, por motivos diversos, ainda não foram valorizados como outros clássicos. Esse desejo une os três fundadores da Tato, e esse foi o ponto de partida para o desenvolvimento da coleção de Michel Arnoult, que bem representa um desses grandes mestres do design brasileiro, ainda não devidamente reconhecido.

Quais foram os desafios encarados para a reedição dessas peças?

No desenvolvimento desta colecção tivemos de lidar com escolhas técnicas importantes, porque obviamente queríamos preservar o design original de Arnoult, e ao mesmo tempo criar produtos que seguissem as características e técnicas de produção de uma peça de mobiliário contemporânea. Graças ao diálogo contínuo e ao trabalho em equipe com os herdeiros de Arnoult conseguimos isso.

Já há um planejamento para próximos lançamentos?

Já estamos trabalhando em novas coleções de um outro designer que apresentaremos este ano. Nos esperam novos desafios porque, ao contrário de outras reedições, queremos desenvolver e transformar em produtos peças únicas ou até projetos deixados no papel. Por enquanto, preferimos não revelar muito. Serão sempre pequenas séries porque pensamos que é importante dar o peso certo e a importância certa a estes produtos de elevado valor histórico.

Enquete

Você sabe quais são as vantagens de contratar um projeto de arquitetura para sua obra de reforma ou construção?

Newsletter

Receba as melhores notícias sobre arquitetura e design também no seu e-mail. Cadastre-se!