Conhecida por suas praças e monumentos que fazem referência aos imigrantes que ajudaram a construir a cidade, Curitiba deverá ganhar mais dois memoriais étnicos. Os projetos da Praça de Israel e de um Memorial Africano para a Praça Zumbi dos Palmares foram apresentados à prefeitura no final de junho, em reunião envolvendo o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC) e o prefeito Rafael Greca (PMN).

Previsto para a região norte da cidade, o projeto da Praça de Israel refere-se à instalação, em um terreno que será doado pela prefeitura na Vila Tingui (no encontro das ruas Eleonor Roosevelt e Guido Scotti), de elementos conhecidos da cultura israelense. Entre eles estão uma hiperestrela de Davi e uma réplica da fachada do antigo templo de Salomão. 

“A estrela será instalada no meio da praça e tem formato tridimensional. Assim, ela pode ser vista tanto do nível do largo quanto de cima. Deste ângulo, a linha entre duas de suas pontas representam o norte e o sul e a das outras duas a ligação entre Curitiba e Israel“, explica o arquiteto Djalma da Silva, que assina o projeto. Ele acrescenta que a fachada do templo de Salomão, por sua vez, funcionará como um relógio solar.

Outro elemento que chama atenção no projeto é um poste cuja forma lembra uma araucária estilizada. Além de fazer referência à árvore que é um dos símbolos da capital paranaense, a peça será posicionada com angulação específica para projetar a sombra de um Menorah (candelabro de sete pontas) nos equinócios de outono (20 de março) e primavera (23 de setembro). O paisagismo da praça também trará plantas ornamentais típicas da região, como palmeiras, oliveiras e tamareiras.

A instalação da praça é um projeto antigo do ex-vereador Jair Cézar, atual coordenador de rios urbanos da Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná). “A cidade conta sua história através de suas ruas e praças. As praças de Curitiba foram construídas em homenagem aos países amigos, como a da Espanha e do Japão, e não temos nenhuma Praça de Israel”, aponta o ex-vereador, que se diz admirador do povo judeu.

Segundo ele, a praça funcionará como um instrumento de promoção da cultura. “Israel tem uma história vasta e bonita e uma miscigenação de religiões. Essa miscigenação cultural e religiosa nos dá a oportunidade de construir uma praça diferente”, acrescenta.

Os recursos para a obra, estimados entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões, deverão ser obtidos junto à iniciativa privada, o que faz com que ainda não haja uma previsão de quando o projeto deverá sair do papel.

Já o Memorial Africano corresponde a uma réplica do Farol de Alexandria, que deverá ser instalado na Praça Zumbi dos Palmares, situada na região Sul de Curitiba, entre o terminal do Pinheirinho e o Hospital do Idoso.

Em fase inicial de estudo pelo Ippuc, em conjunto com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, o projeto prevê a recuperação de toda a praça, da concha acústica e ampliação da pista de caminhada, além da instalação de uma biblioteca no local.