O mais jovem casal real da família real britânica vai deixar a modesta casa de dois quartos em Londres onde vinha vivendo desde seu casamento, no ano passado. O Príncipe Harry e Meghan Markle estão prestes a se mudar para uma residência de grau 2 da realeza, o Frogmore Cottage, localizada na propriedade de Frogmore, que há mais de dois séculos pertence à coroa inglesa.

A mudança deve acontecer ainda nos primeiros meses do ano, assim que alguns ajustes forem feitos na nova residência, uma construção do século 17 que vai passar por uma série de adaptações, incluindo a incrementação dos sistemas de segurança.

O que motivou o casal a ter um novo endereço foi a chegada do primeiro filho do casal, que deve nascer no segundo semestre deste ano, de forma que a residência no centro de Londres já não atenderá mais à necessidade de privacidade de Meghan e Harry. Neste sentido, a escolha da Frogmore é certeira, já que a casa em que o casal vai viver, com seus 18 quartos, é cercada por um amplo jardim com 33 acres.

A Frogmore House foi construída 1680 por Hugh May e entrou para o rol de residências da coroa real em 1792, quando a propriedade foi comprada pela rainha Charlotte e renovada sob o olhar do arquiteto James Wyatt. Desde então, o local vem sendo usado com frequência como residência e casa de descanso para diferentes gerações da realeza.

A própria Rainha Elizabeth II já fez declarações comentando sua preferência pela construção, por onde frequentemente passeia com seus cachorros. No ano passado, durante um evento no local, a matriarca chegou a dizer que “a Frogmore House e seus jardins guardam um lugar especial na afeição da família real”, e que seus jardins permanecem um “maravilhoso ambiente de relaxamento”.

Dezenas de alterações e reformas foram feitas na casa ao longo dos séculos, das quais a mais recente foi um programa de reparação, restauração e redecoração promovido na década de 80.

Em seguida, a residência foi aberta para o público e alguns dos quartos e salas da Frogmore House podem ser visitados durante alguns dias do ano, com passeios agendados. A administração das propriedades da coroa inglesa ainda não informou se haverá alguma alteração na programação de turismo com a chegada dos novos moradores.

Alguns dos quartos mais importantes da casa guardam obras de arte dos vários séculos testemunhados pela edificação. No hall das escadas da edificação, a Frogmore House ostenta murais redescobertos durante a restauração de 1980 e que datam de 1760, pintados pelo artista francês Louis Laguerre, com ilustrações da Eneida de Virgílio.

Na galeria Cross, a casa ainda conserva os painéis pintados pela primeira Princesa Elizabeth do Reino Unido (1770-1840) em homenagem à mãe, a rainha Charlotte, uma das primeiras a morar no castelo.

Um dos quartos é decorado com pinturas florais e guirlandas assinadas pela pintora Mary Moser, uma celebrada artista da Royal Academy do início do século 19.

A casa tem ainda um quarto conhecido como Black Museum, com uma coleção de mobiliário na cor preta em papel maché, além do Brittania Room, que traz temática naval em homenagem ao Royal Yacht, uma embarcação apreciada pelo Duque de Edimburgo.

Para complementar o propriedade, Frogmore tem uma pequena casa de verão que imita uma construção gótica em ruínas, uma casa para a hora do chá encomendada pela rainha Victoria, e um mausoléu onde estão enterrados alguns dos membros da família.