Este arquiteto de Curitiba vai ter uma obra sua desenhada na Suécia

Rômulo Lass, arquiteto da Let’s, em Curitiba, é dessas pessoas que acreditam na importância de perseguir seus sonhos. É por isso que uma obra sua acaba de ser escolhida para colorir um muro a quase 11 mil quilômetros de sua mente criativa, na cidade de Gotemburgo, Suécia.

A Gothemburg Art 21 foi uma competição promovida pela prefeitura de Gotemburgo. O objetivo era revitalizar 21 km de ciclovias da cidade com desenhos feitos por artistas de várias partes do mundo, um para cada quilômetro da via. Das 21 obras, duas foram selecionadas pelo júri técnico para que os idealizadores viajem até a cidade e coloquem a mão na massa. Esses artistas foram chamados de “Diamond Winners”. Outros dez trabalhos foram classificados como “Gold Winners”, inclusive o de Lass. Todos os 19 desenhos restantes serão executados por artistas de Gotemburgo. “É meio que um projeto social deles. Essas artes serão feitas por jovens talentos que estão desempregados, com o auxílio de artistas experientes”, explica o arquiteto.

Ele descobriu o concurso por meio da internet. Em junho deste ano, enviou sua proposta e precisou conseguir votos para chegar às finais da premiação. Foram 551 votos captados via Facebook e entre os amigos e conhecidos. Para estar entre as 21 obras selecionadas, no entanto, um júri técnico também avaliou o trabalho. “É meu primeiro prêmio internacional. A gente que é artista se arrebenta muito para viver de arte, então é muito bom ser reconhecido em um lugar tão distante. Ainda mais em épocas difíceis como a gente vive agora, isso dá uma luz, uma vontade de continuar correndo atrás.” A obra foi criada digitalmente usando variadas técnicas. Muito colorida, ela mostra um astronauta e um submarino desconstruído.

“Foi uma inspiração baseada no que acredito para a minha vida. Fazer o que a gente ama e acredita. Como o concurso enfatizava o fato de colorir a cidade, quis fazer um desenho bem colorido. Misturei essa ideia de perseguir os sonhos com uma obra colorida e meio digital”, conta Lass. Em Gotemburgo, a produção desenvolvida por ele vai ocupar uma parede de cerca de 3 m x 2,5 m. Mas o arquiteto não pretende estacionar. “Eu sou polivalente, atuo em vários segmentos de arte. Faço estamparia artesanal, trabalho com grafite. Esse é meu primeiro grafite em uma área pública e vai ser feito na Suécia. Acredito que meu papel é mostrar que tem gente produzindo arte de qualidade, e que ela tem que ser levada um pouco mais a sério.”