No Sofá da Haus fechou o ano homenageando Villanova Artigas

Na última quarta-feira (25) o workshop No Sofá da Haus recebeu os arquitetos Irã Dudeque, Key Imaguire Junior e Marcos Bertoldi para debater a vida e a obra do arquiteto curitibano João Batista Vilanova Artigas, expoente da Escola Paulista de Arquitetura e que completaria 100 anos em 2015.

A conversa contou com uma plateia de cerca de 80 pessoas entre profissionais e estudantes das áreas de arquitetura e design.

Marcos Bertoldi, que mora em uma residência projetada por Artigas em Curitiba, iniciou a conversa expondo como a obra do arquiteto é atemporal. “Ele não precisou conhecer a minha família e os nossos hábitos para projetar uma casa que se encaixasse em nossas necessidades. O que mostra que a boa arquitetura permanece e independe do cliente”, disse.

Key Imaguire ampliou o debate expondo sua opinião sobre a não existência de escolas separadas entre carioca e paulista de arquitetura moderna. E defendeu a figura de Artigas como um arquiteto menos formalista em sua época. “A figura do Niemeyer ofuscava todo mundo, mas o Artigas tinha essa característica mais conceitual e, em Curitiba, exerceu forte influência em profissionais da geração posterior, como Luiz Forte Netto e Orlando Busarello”, comentou.

Irã Dudeque enfatizou a forma como Artigas usava o concreto armado como um material puro, explorando o comum. “O concreto é um material brasileiro, usado para fazer manilha, por exemplo. Mas o segredo da geração do Artigas era explorar as possibilidades artísticas disso”, expôs.

A partir daí o público pode interagir tanto sobre os projetos de Artigas, quanto a respeito da influência do modernismo na arquitetura contemporânea brasileira.