O Salone del Mobile.Milano 2023 encerrou sua exibição neste domingo (23), mas não há como dizer até breve à Semana de Design de Milão sem falar dos jovens que despontam entre as apostas para ditar o caminho que o design irá seguir no futuro - não tão distante.

Pelo 24° ano, o evento, âncora da Milan Design Week (MDW), realizou a mostra SaloneSatellite, que exibe projetos assinados por jovens criativos de todas as partes do mundo, além de instituições de ensino da área, sob a curadoria de sua idealizadora Marva Griffin Wilshire, conhecida como "la Mamma" do design.

Instalado em local de destaque, compartilhando os pavilhões com a mostra bianual Euroluce, o Salone Satellite englobou de mobiliário à iluminação, dos objetos decorativos aos têxteis, e destacou pesquisas e uso de novos materiais, além do reuso de matérias-primas antes tidas como descarte, jogando luz sobre o tema da sustentabilidade, tão presente também nas exposições das gigantes da indústria do setor.

Assim como aconteceu nos pavilhões do Salone del Mobile e também nos eventos do Fuorisalone, o Brasil marcou presença e esteve muito representado. Conheça alguns dos trabalhos exibidos no SaloneSatellite 2023!

A coleção, assinada por Nathalia Nova, ressignifica o descarte de materiais de uma indústria de vidros localizada no interior de uma cidade do sudeste brasileiro ao utilizar o material na confecção de novas e inusitadas peças. São joias, luminárias, tampos de mesa e cobogós que compõem cores e texturas únicas a partir da seleção das peças realizada pela designer.

Os biomateriais ganharam força nesta edição da Semana de Design e aparecem, também, no trabalho realizado pelo holandês Tim Couwenberg. Batizado Austral, a matéria-prima a base de plantas é criada a partir da mistura de carboximetilcelulose e algatina sódica e é destinada à produção móveis, esculturas e roupas.

E se ao invés de contar as horas e minutos, você só percebesse a passagem do dia? Esta é a proposta do Dawn to Dust, relógio assinado por Claire Cherigie que dispensa ponteiros. A peça funciona a partir da mudança de tonalidade da luz para indicar manhá, tarde, noite e não a hora exata. Uma forma poética de se "contar" o tempo, que convida à apreciação do presente.

É uma luminária? É uma caixa de som? É uma mesa? É para uso indoor ou outdoor? É tudo isso junto e misturado. O Cogux, assinado por Thainá Giacometti, que esteve entre os expositores ligados à Escola de Belas Artes, é uma peça multifuncional que, inclusive, pode ser utilizada na praia, com design inspirado em um pandeiro. Quer algo mais brasileiro?

O derretimento das geleiras é representado em madeira no trabalho realizado pelo designer finlandês Antrei Hartikainen. Agrupados um a um em diferentes tamanhos, os cilindros em madeira criam profundidade, movimento e trazem textura a gabinete, buffet e prateleira, que além de funcionais são também escultóricos.

A poltrona Oxitocina, pelo estúdio ítalo-brasileiro StudioNotte, apresenta um design que se molda ao corpo do usuário. O assento voluptuoso é preso à estrutura metálica por cintas que fazem referência a volumes corporais, espartilhos e amarrações de corda.

Três cilindros compostos por fibras de junco unidos em uma das extremidades formam o banco Junki. Assinada pelo argentino Joaquim Sansone, a peça proporciona sustentação ao sentar por meio da compactação das fibras, presas por uma cinta metálica.