Anunciado no início da semana pelo prefeito Rafael Greca (PMN) em seu perfil no Facebook, o Centro de Referência em Agricultura Urbana e Economia Criativa da Prefeitura de Curitiba começa a ganhar forma. Mas até o início de suas atividades, previsto para março de 2018 – mês do aniversário da cidade – o projeto elaborado pela Secretaria de Abastecimento junto ao Instituto de Pesquisa Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) ainda precisa de investidores que viabilizem sua construção.

É o que adianta o Secretário de Abastecimento Luiz Gusi, em entrevista para a HAUS. “O prefeito nos deu essa missão de iniciar as atividades do Centro de Referência em março do ano que vem. Para isso, estamos avaliando e quantificando os recursos necessários e buscando parceiros para o projeto, que também faz parte dos esforços pela revitalização da região do Vale do Pinhão”, afirma Gusi, antecipando que o repasse do terreno ao município já foi solicitado à União.

O trecho, em questão, tem 9.860 m² de um terreno sem ocupação na área anexa ao pátio de manobras de trens próximo à Rodoferroviária e ao Estádio Durival de Brito (Vila Capanema), localizado entre os viadutos Colorado e do Capanema. Entre os parceiros do projeto estão as quatro universidades signatárias do Vale do Pinhão – PUC, Universidade Positivo, UTFPR e UFPR – e o Royal Institute of Technology (KTH), da Suécia, que contribuiu com as áreas de separação de resíduos, compactação e reposição do solo em que será erguido o Centro de Referência.

“O Centro de Referência em Agricultura Urbana e Economia Criativa vai reunir diversas técnicas de plantio sustentável de hortifrutigranjeiros (como cultivo protegido, plantio elevado, aquaponia e hidroponia), espaço para grandes culturas e hortas comunitárias. O projeto prevê ainda o uso de energias renováveis, como a eólica e captação de água de chuva para a irrigação e também solar, além de composteira própria”, detalha o arquiteto Paulo França, do setor de Projetos Especiais do Ippuc.

O espaço contará ainda com uma sede em construção modular em nove contêineres e vagões, com telhados verdes destinados ao plantio, onde haverá atividades administrativas, centros de apoio, auditório e restaurante-escola. “Nosso objetivo é incentivar a agricultura urbana de todas as formas, unindo esforços com as universidades parceiras, com a agricultura familiar, o aproveitamento de alimentos, consumo consciente e a redução de resíduos”, elenca França.

O secretário Luiz Gusi lembra que boa parte da população nas cidades tem contato com o alimento apenas na hora da compra, mas que há outras questões que precisam ser disseminadas e incorporadas no dia a dia.

“Com o Centro de Referência, também queremos trabalhar questões como a valorização dos produtos da agricultura familiar na Grande Curitiba, dentro da proposta de criação do Mercado Comum Metropolitano; o aumento do consumo de frutas e hortaliças, que ajuda na redução do risco de doenças crônicas não transmissíveis (como diabetes e hipertensão); o aproveitamento total dos alimentos e, em consequência, a redução de resíduos orgânicos e o consumo consciente de alimentos e da água”, reforça Gusi.