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Transparência, transparência, transparência. Pelas declarações das autoridades da OMS, parece que a instituição está mesmo determinada a defender a China.| Foto: Reprodução/Agência estatal chinesa News.CN

Apesar de as autoridades chinesas terem enganado o mundo quanto ao coronavírus, funcionários do alto escalão da Organização Mundial da Saúde (OMS) deixaram o protocolo de lado repetidas vezes para elogiar a “transparência” da China na lida com a Covid-19.

As autoridades chinesas silenciaram médicos, denunciantes e jornalistas que pretendiam alertar o mundo sobre o vírus. A China podia ter limitado a disseminação do vírus em até 95% se tivesse agido três semanas antes para combatê-lo, de acordo com um estudo.

Mas nem agora o principal nome da força-tarefa da Casa Branca, o dr. Anthony Fauci, “acredita totalmente” que a China está notificando com precisão os casos de coronavírus no país.

Ainda assim, autoridades da OMS retratam a China como o modelo mundial de transparência e cooperação.

Num coletiva de imprensa no dia 23 de janeiro, por exemplo, o diretor-geral da Oms, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que ele “gostaria de agradecer ao governo da República Popular da China por sua cooperação e transparência”.

Tedros repetiu a mesma linha de argumentação numa coletiva de imprensa 5 dias mais tarde.

“Admiramos a seriedade com que a China está lidando com o surto, sobretudo o compromisso das maiores lideranças e a transparência que elas demonstram, incluindo o compartilhamento de dados e o sequenciamento genético do vírus”, disse ele.

No dia seguinte, 29 de janeiro, Tedros mais uma vez bajulou as autoridades chinesas que, de acordo com ele, “identificaram o patógeno em tempo recorde e compartilharam isso imediatamente, o que levou ao desenvolvimento rápido de instrumentos de diagnóstico. Elas estão completamente comprometidas com a transparência, domesticamente e internacionalmente”.

O diretor-geral chegou ao cargo em 2017 com apoio da China e desde então tendo acobertado a campanha de propaganda chinesa negando responsabilidade pela pandemia.

Tedros não está sozinho nisso, já que a OMS negou um pedido de entrevista.

Bruce Aylward, funcionário do alto escalão da OMS que viralizou ao encerrar uma entrevista com uma jornalista de Hong Kong que lhe perguntou sobre Taiwan, se tornou peça fundamental da máquina de propaganda chinesa.

No dia 24 de fevereiro, quando lhe perguntaram se a China tinha censurado dados preliminares sobre o coronavírus, Aylward disse que “não viu”.

O dr. Michael Ryan, também da OMS, também tem repetido a propaganda chinesa sobre a “transparência” do regime.

Ryan disse, numa coletiva de imprensa de 29 de janeiro, que “o governo chinês merece todo o crédito do mundo” por sua resposta ao coronavírus “e pela transparência na lida com isso”.

Ryan também se alinhou ao regime chinês ao rebater o presidente Donald Trump, que no dia 22 de março se referiu ao coronavírus como “o vírus chinês”.

“Vírus não conhecem fronteiras e não se importam com a etnia, com a cor da sua pele ou com quanto dinheiro você tem no banco”, disse ele, que trabalha como diretor-executivo do Programa de Emergências da OMS.

“Essa é uma hora de solidariedade, de fatos, de seguirmos em frente juntos, de lutarmos contra o vírus juntos. Não há culpados nisso”, acrescentou.

Ryan também sugeriu que as críticas à China são motivadas por preconceito. No dia 1º de abril, ele disse: “Acho que precisamos tomar cuidado para não dizemos que certas partes específicas do mundo não cooperam e não são transparentes”.

Ele disse ainda que o mundo está “obcecado” pela precisão dos dados chineses.

Um comitê de emergência da OMS divulgou uma nota no dia 30 de janeiro dizendo que o comitê “agradecia a liderança e o comprometimento político do alto escalão do governo chinês, o comprometimento dele com a transparência e os esforços feitos para investigar e conter a pandemia”.

No mesmo dia, Tedros disse: “A velocidade com que a China detectou a doença, isolou o vírus, sequenciou o genoma e dividiu as informações com a OMS e o mundo é impressionante e indescritível. Assim como o compromisso da China com a transparência e a ajuda a outros países”.

“Como vocês sabem, eu estive na China há poucos dias, e lá me encontrei com o presidente Xi Jinping”, acrescentou ele. “Saí de lá sem nenhuma dúvida do comprometimento da China com a transparência e com a proteção dos povos do mundo”.

*Peter J. Hasson é repórter do Daily Caller.

© 2020 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês
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