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Final feliz

Aventura depois dos 80: trio de freiras foge de asilo para voltar a convento

Freiras fogem de asilo na Áustria
As três freiras eram as últimas de sua congregação, e foram mandadas para um asilo. (Foto: Imagem criada usando o ChatGPT / Gazeta do Povo)

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Três freiras idosas – Irmã Rita, Irmã Regina e Irmã Bernadette – protagonizaram uma fuga cinematográfica na Áustria em setembro deste ano: elas deixaram o asilo para onde haviam sido transferidas e retornaram à sua antiga abadia em um castelo medieval.

O caso aconteceu perto de Salzburg, na Áustria, e teve a participação de ex-alunas das freiras. A história foi contada pelo jornal The New York Times

Quando a Irmã Bernadette, em meados da década de 1950, ingressou na abadia do castelo de Goldstein, em Elsbethen, o convento abrigava 35 freiras. Ela se juntou às Cônegas de Santo Agostinho. O grupo religioso foi se reduzindo até que há cerca de 20 anos restaram apenas Bernadette, Regina e Rita, com 88, 86 e 81 anos de idade respectivamente. 

Essa condição fez com que, em 2022, Markus Grasl – novo abade e gestor do local – invocasse uma regra eclesiástica que dizia que a manutenção de uma determinada ordem exigiria ao menos seis pessoas. Com isso, o abade que era antigo conhecido das freiras desde a adolescência foi responsável pela transferência das freiras para uma casa de repouso. 

Freiras passaram a conviver com clérigos aposentados no asilo

Na nova casa, as religiosas encontraram um ambiente muito diferente daquele no qual viveram pela maior parte da vida. Elas passaram a conviver com outros clérigos aposentados, e a ter que dividir o novo espaço com religiosos homens. Segundo o The New York Times, uma das freiras chegou à nova moradia em prantos; outra não se levantava da cama, em sofrível apatia. 

Em 2024, um grupo de ex-alunas das freiras tiveram a ideia de resgatá-las e devolver as religiosas à antiga abadia. O plano foi mantido em sigilo e colocado em prática cerca de um ano depois. No início de setembro deste ano, um caminhão de mudanças parou na frente do lar de idosos e recolheu os poucos pertences das três. 

Após um curto percurso, de cerca de 15 minutos, o grupo chegou ao antigo convento, que se encontrava sem o mínimo necessário para ser habitado novamente, como água e energia elétrica. Um chaveiro contratado pelo grupo de resgate abriu o portão e deu acesso à parte interna da abadia. 

A subida aos antigos aposentos foi feita pelas freiras por quatro lances de escadas, já que o elevador elétrico que as levava com mais conforto sobre os degraus havia sido retirado. Uma vez acomodadas, foi hora de tornar a abadia apta a abrigar as religiosas. 

Polícia foi chamada após fuga das freiras do asilo

Nesse meio tempo, a direção do lar para onde elas haviam sido transferidas notou a ausência das freiras e acionou a polícia. Uma das oficiais enviadas à abadia também havia sido aluna de uma das “fugitivas”. Ela deu um forte abraço na religiosa e foi embora, sem tomar quaisquer outras ações. 

Duas semanas de trabalho depois e o castelo voltou a ser habitável. Além de uma nova ligação de energia elétrica e de água, novos eletrodomésticos foram adquiridos pelo grupo de apoiadores e colocados em funcionamento no local. A saga foi documentada em um perfil no Instagram. 

Ao jornal americano, o porta-voz do abade que determinou a saída das freiras do castelo disse que foi criado um “alvoroço midiático” em torno da situação, o que tornou o gestor da abadia incapaz de tomar qualquer medida contra a “invasão” das ex-moradoras. 

Para Grasl, o lar de idosos para onde as freiras haviam sido transferidas é “um bom lar” e a abadia é um edifício considerado estruturalmente precário e com potencial risco à saúde. “É evidente, contudo, que não é fácil abandonar um lugar onde se viveu por décadas,” reconheceu, por meio do porta-voz. 

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