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Pivô da mais recente polêmica envolvendo o Facebook e a privacidade de seus usuários, a consultoria Cambridge Analytica vai fechar as portas, segundo declarações do fundador da empresa divulgadas nesta quarta-feira (2) pelo jornal americano Wall Street Journal.

Segundo o jornal, Nigel Oakes, fundador do SCL Group, afirmou que tanto a SCL quanto a Cambridge Analytica vão encerrar as atividades.

O Wall Street Journal acrescenta ainda, segundo uma fonte não identificada, que a decisão foi tomada porque as companhias perderam muitos clientes e acumularam punições financeiras por decisões judiciais durante as investigações sobre o Facebook.

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A Cambridge Analytica passou a ser investigada no Reino Unido, nos Estados Unidos, na União Europeia e em outros países após a divulgação de que dados de perfis de usuários do Facebook foram captados sem autorização.

Essa captura se deu por meio de um aplicativo que simulava um jogo e, uma vez autorizado a rodar no Facebook, coletava informações pessoais dos participantes e de seus amigos.

Esse expediente teria repassado à Cambridge Analytica dados de mais de 87 milhões de pessoas.

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Essas informações teriam sido usadas pela empresa de consultoria digital para ajudar campanhas políticas e influenciar pleitos, como o que elegeu o presidente dos EUA, Donald Trump, em 2016, e o que determinou a saída do Reino Unido da União Europeia -o chamado "brexit".

Segundo as investigações, a consultoria vendia os dados para que anúncios tivessem melhor direcionamento, atingindo potenciais eleitores com informações e argumentos aos quais eram sensíveis.

Twitter

O Twitter também vendeu dados de seus usuários para a Cambridge Analytica. A informação foi confirmada pelo Twitter após o jornal britânico Sunday Telegraph publicar que a negociação foi intermediada pela empresa Global Software Resources, em 2015.  

O Twitter disse, em comunicado, que "tomou a decisão política de excluir publicidade de todas as contas de propriedade, ou operadas pela Cambridge Analytica".  

"Essa decisão é baseada em nossa determinação de que a Cambridge Analytica opera usando um modelo de negócios que conflita intrinsecamente com práticas comerciais aceitáveis do Twitter Ads", completa.  

Segundo o professor Aleksandr Kogan, fundador da Global Software Resources e criador de ferramentas de coleta e análise online de perfis de eleitores, os dados obtidos no Twitter não ferem as políticas de privacidade da rede social e foram usadas apenas para relatórios para marcas e ferramentas de extensão.

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