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Os avanços na medicina relacionados à tecnologia obrigaram hospitais, clínicas e laboratórios a repensar inúmeros procedimentos, incluindo, por exemplo, a opção de teleconsulta. Nesse contexto, a Inteligência Artificial também tem tido um papel importante na busca de mais agilidade e conforto.
Os beneficiários da vez são, especialmente, pessoas que sofrem de claustrofobia e que por consequência têm bastante dificuldade na hora de realizar uma ressonância magnética, já que o exame requer que os pacientes fiquem em um espaço pequeno, imóveis e por um tempo que às vezes parece uma eternidade.
Com o uso da IA é possível reduzir o tempo de aquisição das imagens em até 50%, como explica Bruno Aragão, radiologista e coordenador Médico de Inovação do Grupo Fleury.
Muito além da agilidade na ressonância magnética
Tradicionalmente, os exames de ressonância magnética são procedimentos demorados devido à necessidade de coletar um excesso de dados para gerar imagens de alta resolução.
A IA intervém nesse processo ao reconstruir imagens de alta qualidade a partir de dados subamostrados, ou seja, utilizando menos informações do que o convencional. Algoritmos avançados de aprendizado profundo conseguem preencher as lacunas nos dados, produzindo imagens detalhadas e precisas.
A notícia é muito bem-vinda para quem sente desconforto em espaços fechados, já que qualquer minuto a menos dentro do aparelho é um alívio.
Mas os benefícios não são apenas para os pacientes: “Essa otimização trouxe benefícios tanto para os pacientes, que passam menos tempo dentro do equipamento, quanto para a capacidade operacional dos serviços, permitindo um maior volume de atendimentos sem comprometer a qualidade das imagens adquiridas”, explica Aragão, o que faz uma grande diferença para quem tem pressa no diagnóstico.
Os algoritmos conseguem corrigir falhas nas imagens, reduzir borrões causados por movimentos e até identificar padrões que um olho humano poderia deixar passar. Isso significa diagnósticos mais precisos e tratamentos mais eficazes.
Desafios pela frente
Apesar dos avanços, a integração da Inteligência Artificial em exames de ressonância magnética levanta questões éticas e desafios técnicos. Um exemplo é a garantia de que os algoritmos sejam treinados em conjuntos de dados representativos para evitar vieses e assegurar diagnósticos precisos para todas as populações.
É importante deixar claro que não é a IA que determina o diagnóstico, mas, a partir de certos padrões de imagem facilmente identificados, é possível indicar causas e agilizar o tratamento.
“A decisão de incorporar essas tecnologias exige uma avaliação rigorosa de sua eficácia e impacto clínico. Por isso, realizamos constantemente estudos para validar novas aplicações, como o uso de IA no auxílio à interpretação de mamografias, garantindo que sua adoção traga benefícios reais para os pacientes e os profissionais de saúde. É fundamental garantir que qualquer nova tecnologia incorporada tenha um impacto positivo no cuidado ao paciente e siga as diretrizes da Medicina Baseada em Evidências”, completa o médico Bruno Aragão.
A expectativa é que a contínua evolução dessa tecnologia leve a exames ainda mais rápidos, com qualidade de imagem superior e diagnósticos mais precisos.



