• Carregando...
Em 2021, o comércio da América Latina com a China totalizou US$ 450 bilhões, e os economistas preveem que esse número crescerá para US$ 700 bilhões até 2035
Em 2021, o comércio da América Latina com a China totalizou US$ 450 bilhões, e os economistas preveem que esse número crescerá para US$ 700 bilhões até 2035| Foto: BigStock

No mês passado, os colombianos elegeram um ex-terrorista de extrema esquerda como seu novo presidente.

Gustavo Petro, um ideólogo marxista que fez parte da organização guerrilheira M-19, é o mais recente de uma lista cada vez maior de líderes de extrema esquerda que venceram eleições na América do Sul. Ele deve assumir o cargo em 7 de agosto.

Tradicionalmente, a Colômbia tem sido uma forte aliada e amiga dos Estados Unidos, então este é um revés devastador para o avanço da liberdade na Colômbia e em outras nações da região. Mas o verdadeiro beneficiário é o Partido Comunista Chinês, com a ameaça cada vez maior que representa para os EUA.

Em um episódio recente do podcast “Heritage Explains”, o jornalista Mike Gonzalez discutiu como o “furacão marxista” que sopra na América do Sul já afetou Chile, Argentina, Honduras, Peru e Colômbia, com Equador e Brasil potencialmente seguindo o exemplo. (O Daily Signal é o veículo de notícias da The Heritage Foundation.)

Gonzalez fala sobre como este é um plano marxista, no qual os marxistas se infiltram nas instituições para mudar a cultura, e como está sendo realizado e apoiado pela Venezuela e seu regime comunista patrono em Cuba.

“Ele entende a natureza da cultura, onde você precisa primeiro assumir as instituições culturais antes de assumir a economia e o país. … [A] situação é terrível”, disse Gonzalez.

Essa situação cada vez mais terrível fica mais complicada quando você vê que abre mais as portas para o Partido Comunista Chinês aumentar sua presença no Hemisfério Ocidental.

Já sabemos que a China vem assumindo compromissos financeiros incríveis na Colômbia, inclusive vencendo a licitação para a construção do metrô de Bogotá e em outros países sul-americanos. Atualmente, a Colômbia não faz parte da Iniciativa do Cinturão e Rota da China, ao contrário de 20 outros países da América Latina e do Caribe, mas isso pode mudar.

Por meio desses projetos, a China investe bilhões de dólares em projetos de infraestrutura globalmente. Esses projetos resultam em maior influência chinesa e maior acesso a portos e recursos naturais, e ajudam a moldar a imagem global de Pequim.

Nossos colegas da Heritage escrevem: “A China está aumentando constantemente sua influência política e econômica na Colômbia para complementar sua presença na Venezuela. A China agora exercerá influência sobre infraestrutura crítica na capital e maior cidade da Colômbia.”

Além disso, a relação comercial da China continua a crescer na região da América Latina. Em 2021, o comércio com a China totalizou US$ 450 bilhões, e os economistas preveem que esse número crescerá para US$ 700 bilhões até 2035.

Mas ainda mais preocupante é a crescente ameaça militar chinesa em nosso próprio quintal.

De acordo com um relatório recente, a Venezuela receberá China, Irã e Rússia para uma operação militar conjunta chamada Sniper Frontier em agosto, com o objetivo de posicionar ativos militares avançados na América Latina. Esta será a primeira vez que essas potências realizarão operações militares no Hemisfério Ocidental.

Esta não é a primeira vez que a China e outras potências malignas fazem parceria com os militares venezuelanos. Sabemos que, além da colaboração militar, a China forneceu mísseis antinavio, aviões de combate K-8 e rastreamento por satélite do Exército de Libertação Popular para uma base aérea militar.

Embora Gonzalez esteja preocupado com a proximidade desses exercícios com os Estados Unidos, ele está ainda mais preocupado com a fraca resposta do governo Biden e se ele tem um plano para combater a crescente ameaça marxista, exibida mais recentemente na Colômbia.

“Ao contrário do [ex-presidente Ronald] Reagan, que veio em auxílio das democracias na América Latina quando foram igualmente ameaçadas pelos comunistas, [o presidente Joe] Biden provavelmente não fará nada”, disse Gonzalez.

Essa preocupação se reflete na resposta apaziguadora de Biden à vitória de Petro. Embora o atual presidente colombiano Ivan Duque tenha demorado meses para receber uma ligação de Biden, e o presidente brasileiro Jair Bolsonaro não falou com Biden por mais de um ano até que ele ameaçou boicotar a Cúpula das Américas, Biden ligou para Petro menos de um dia depois de sua vitória.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, também disse em resposta:

"Em nome dos Estados Unidos, felicito o povo da Colômbia por fazer ouvir suas vozes em uma eleição presidencial livre e justa. Elogiamos os muitos funcionários, servidores públicos e voluntários cuja dedicação tornou possível essas eleições."

Na medida em que a recente eleição na Colômbia é outro sinal de alerta de que o “furacão marxista” na América do Sul está se tornando cada vez mais forte, podemos ver que o Partido Comunista Chinês e sua ameaça à liberdade continua se expandindo cada vez mais para os Estados Unidos .

Vamos esperar que os líderes em Washington encontrem coragem e força para combater essa ameaça com um plano real, antes que seja tarde demais.

Timothy Doescher é diretor associado no Institute for Economic Freedom da Heritage Foundation.

Luke Posegate é membro do Programa de Jovens Líderes da Heritage Foundation.

©2022 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.
0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]