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Neste artigo, Dennis Prager explica que, enquanto lhes sobram boas intenções, falta à esquerda sabedoria para saber que políticas tem consequências.
Neste artigo, Dennis Prager explica que, enquanto lhes sobram boas intenções, falta à esquerda sabedoria para saber que políticas tem consequências.| Foto: Pixabay

Nossa época adora equações científicas. Eis aqui uma que não nos ensinam na faculdade, mas que nos afeta tanto quanto a Lei da Gravidade.

BI – S = M

Boas intenções (BI) menos Sabedoria (S) igual ao Mal (M).

Vocês não aprendem essa regra na faculdade porque a Universidade contemporânea acredita que apenas a ciência tem regras. “Regras da vida” é outro termo para sabedoria, e não há sabedoria – nem mesmo a busca pela sabedoria – em nossas universidades.

A vida tem regras que são como as ciências naturais. Eis os exemplos:

A ingratidão impossibilita a felicidade.

Pessoas corrompidas acham que todos foram corrompidos como ela.

A natureza humana não é basicamente boa.

Os sentimentos são muito menos importantes do que as ações.

A maioria dos homens precisam de uma mulher para amadurecer. A maioria das mulheres precisa de um homem para amadurecer.

A lista é longa. E quanto mais regras as pessoas conhecem e seguem, melhor a vida delas será – e melhor será o mundo.

Por isso é que o livro 12 Regras Para a Vida, de Jordan Peterson, vendeu milhões de cópias, principalmente para os jovens. Por isso também é que a PragerU tem um bilhão de visualizações por ano, sobretudo entre pessoas com menos de 35 anos. Muitos jovens percebem que foram traídos pelos adultos que lhes ensinaram, por exemplo, a ter autoestima em vez de autocontrole – uma “regra” que certamente levará ao fracasso moral e profissional.

Mas há uma regra que ninguém aprende e que explica o mal organizado e principalmente a esquerda, desde os bolcheviques até Mao, Castro, Chavez e o esquerdista cotidiano de Nova York ou Iowa: boas intenções sem sabedoria gera o mal.

O comunismo, a maior ideologia de assassinato em massa da história, se baseou, para a maioria de seus apoiadores do baixo escalão, no desejo de fazer o bem. (O mesmo não se aplica a seus líderes, cujo maior desejo sempre foi o poder).

Milhões de pessoas que apoiaram o comunismo ao redor do mundo não imaginavam que estavam dando apoio a níveis inéditos de assassinato e tortura ou a uma privação igualmente sem precedentes dos direitos humanos mais básicos de boa parte da Humanidade. Eles se viam como pessoas boas, construindo um belo futuro para a Humanidade — eliminando a desigualdade, permitindo que as pessoas trabalhassem muito ou pouco, como bem entendessem, dando educação e saúde “de graça” para seus compatriotas. Eles estavam convencidos de que o arco moral da história estava se curvando na direção deles e que eles eram bons porque suas motivações eram boas.

Por isso é que os esquerdistas demonstram tanto desprezo moral por aqueles que se opõem a eles. Como os esquerdistas se consideram bons, somente seres humanos maus poderiam contrariá-los. Essa é a posição de praticamente todo editor e colunista do New York Times.

O problema dos comunistas e esquerdistas que não se veem como comunistas não é que eles não têm boas intenções. É que lhes falta sabedoria. Há progressistas sábios e tolos, conservadores sábios e tolos, mas todos os esquerdistas são tolos. Todos os candidatos democratas concorrendo à Presidência são tolos. Isso, contudo, não os descreve totalmente enquanto seres humanos. Os tolos podem ser pessoalmente bons e generosos, podem ser amigos leais e cônjuges dedicados e, claro, podem ser bem-intencionados. Mas, em termos de piorar o mundo, não há muita diferença entre um tolo bem-intencionado e um ser humano mau. Dezenas de milhões de ocidentais bem-intencionados apoiaram Stalin. Os ocidentais que deram a Stalin os segredos da bomba atômica não fizeram isso motivados pelo mal. Eles eram simplesmente tolos. Mas poucas pessoas más fizeram tão mal ao mundo quanto eles.

Eles são tolos porque acreditam que só as boas intenções importam. Portanto, eles nunca se fazem aquela que talvez seja a pergunta moral mais importante: o que acontecerá se minha medida for levada a cabo? Os apoiadores esquerdistas do comunismo jamais se perguntaram isso.

Os democratas que fazem pressão pelo New Deal Verde que pode levar o país à falência são um exemplo disso. Eles não apenas negam as consequências econômicas e sociais do New Deal Verde como também negam que a medida tenha um custo. Todos os lares, escritórios, hospitais, escolas e empresas seriam obrigados a deixarem de usar combustíveis fósseis, mas isso, para eles, só terá consequências boas. Dar tanto poder coercitivo assim ao Estado não é um problema para os esquerdistas. Em seu mundo de fantasia, ninguém sofrerá. Ao contrário, os Estados Unidos ficarão mais ricos e milhões de empregos serão criados enquanto destruímos nossa economia. Os pobres africanos que tentam levar eletricidade a seus países serão impedidos – e eles também de alguma forma enriquecerão usando apenas o vento e o sol.

Se o New Deal Verde for aprovado, a economia norte-americana mergulhará numa crise – e, com ela, boa parte do mundo. Tiranias como China e Irã ganharão força, assim como ditaduras como a Rússia.

Em todos os temas nos quais a esquerda se opõe aos conservadores (e, em geral, aos progressistas), ela é tola. Ela apoia a criação de um Estado palestino embora até mesmo os israelenses de esquerda saibam que isso significaria a criação de um Estado do Hamas-Hezbollah fazendo fronteira com Israel. Mas eles dizem ter boas intenções.

A esquerda costuma chamar o farol da liberdade na Terra de um país racista, misógino, homofóbico, imperialista e genocida; desvaloriza o termo “nazista”; promove festar de formaturas e dormitórios só para negros; defende que meninos pré-adolescentes participem de apresentações de drag queens; diz a jovens mulheres que a carreira e mais importante do que a felicidade no casamento; acredita que um país pode continuar intacto tendo suas fronteiras abertas; condena pais que tentam dizer ao filho de três anos que ele é menino; e destrói a universidade, as artes, a comédia, o futebol americano e a religião.

Mas eles têm boas intenções.

Dennis Prager é apresentador de rádio e fundador da Prager University

©2019 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês.

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