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Humor

Frases da Semana: “O grito ‘sem anistia’ ecoa e deve ecoar”

"O grito 'sem anistia' ecoa e deve ecoar", Caetano Veloso, cantor.
"O grito "sem anistia" ecoa e deve ecoar", Caetano Veloso, cantor. (Foto: Balão de diálogo adicionado sobre foto de Mario Guzmán/EFE)

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“Conquista inédita: gênero ‘não-binárie’ é incluído em certidões de nascimento” – Defensoria Pública do Rio de Janeiro. Para bebês cariocas que não se identificam nem com o vermelho do CV nem com o azul do TCP.

“Infelizmente, a cidade de São Paulo está um pouco desfalcada por conta do show da Lady Gaga” – Érika Hilton, membro da Câmara dos Deputados (PSOL-SP), justificando o fracasso de público em sua manifestação de 1º de maio. Entre ver Lady Gaga e cover de Pabllo Vittar, o proletariado nunca teve uma escolha mais fácil.

“Essa conta não existe” – mensagem comunicando que o escritor Marcelo Rubens Paiva apagou seu perfil do X, após resgate de postagens polêmicas. Ele saiu para focar em seu próximo livro: “Não Estou Mais Aqui”.

“Sou professor da USP há 45 anos, professor titular, chefiei departamentos, estou aposentado hoje. Eu ganho menos que um policial no meu estado [SP]” – Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça, manipulando dados ao defender piso setorial. Dá uma olhada no seu contracheque, às vezes tem bônus pra quem prende e desconto pra quem manda soltar.

“Bandeira brasileira é humilhada” – grupo de venezuelanos asilados há mais de um ano na embaixada da Argentina, sob tutela do Brasil. Eles não atendem ao requisito mínimo do Itamaraty para salvo-conduto e jatinho da FAB: nome na planilha da Odebrecht.

“Vem uma mulher branca, bonita, rica e vocês vaiam” – Cris Monteiro, vereadora (Novo-SP), em discurso sobre reajuste de servidores. Calma, vereadora. Como diria Winston Churchill, a senhora "tem muito do que ser modesta".

“Mulheres que namoram homens pobres envelhecem 12 vezes mais rápido” – manchete do portal Choquei. Fake news! Só vou ali levar minha esposa ao reumatologista e na volta eu comento.

“Ver totalmente eu não consigo ver, mas eu tenho um sentimento” – Rodolpho Toski, árbitro do VAR, ao anular gol legítimo. Interessada no caso, a FIFA estudaria substituir o VAR pela Márcia Sensitiva jogando búzios nos lances mais polêmicos.

Conclave

“Uma lufada de democracia no funeral de Francisco” – Guilherme Amado, jornalista, sobre a delegação brasileira no Vaticano. Más línguas dizem que Barroso pretende "recivilizar" o Vaticano.

“Ele foi um Papa religioso” – Dilma Rousseff, a eterna presidenta, em homenagem ao Papa Francisco. Decepcionada com a ausência de cristãos em Roma, Dilma teria desabafado: “No Rio, temos pelo menos um cristão; aqui, só vi um monte de cristinhos”.

“Eu gostaria de ser papa. Essa seria minha escolha número um” – Donald Trump. Trump tá achando que é quem? O Alexandre de Moraes?

“O novo Papa precisa ser um CEO” – manchete da Revista Forbes. Ainda bem que o Eike é Batista.

Os Normais

“Fui chamada de maluca” – Elaine Alves, dona de coleção com 15 “bebês reborn”, bonecas hiper-realistas que trata como filhos de verdade. Maluco sou eu, que resolvi ter crianças de carne e osso num mundo desses.

“Chamar cachorro de filho é a coisa mais ridícula que existe” – Ana Reber, colunista da Folha de S.Paulo. Depois das bonecas “reborn”, chamar cachorro de filho me parece até um salto evolutivo.

“Aquilo que chamamos de ‘tempo’ não existe. No seu lugar, há uma multiplicidade de tempos entrelaçados e mutuamente penetrantes” – Alexander Dugin, o “guru” de Putin. O tipo de coisa que você fala quando chega atrasado pra reunião com o Putin e vê que a janela está aberta.

Aposentão

“Tem muita safadeza, mas não fomos omissos” – Carlos Lupi, ministro da Previdência Social, sobre fraude bilionária no INSS. Ninguém disse que foram omissos. Pelo contrário, estavam presentes até demais.

“Eu sabia o que estava acontecendo” – Carlos Lupi. Só estava deixando o inimigo agir... salvando tudo no pendrive. Aguardem as próximas 72 horas.

“‘Careca do INSS’ doou R$1 para campanha de Bolsonaro em 2022” – Caio Junqueira, da CNN Brasil, ligando o ex-presidente à quadrilha que assaltou o INSS. Especula-se que o pagamento foi feito com 20 cheques de 5 centavos depositados pelo Queiroz.

“Nós estamos tendo que exonerar gente que trabalhava com a gente, que convivia com a gente, pra mim dói” – Carlos Lupi. Aos prantos, Lupi teria suspirado: “Bolso do meu bolso, treta da minha treta!”

“A gente sempre soube, não vamos fingir. Eu acho que isso não pode continuar” – Carlos Lupi. Tudo parece depender de quanto ele vai embolsar pra acabar com o esquema.

Collor preso ontem

“O caso não é julgamento em Curitiba. Ele foi julgado diretamente em Brasília. Segundo: tudo o que foi anulado pelo ministro Dias Toffoli foi do caso Odebrecht. Ele é do caso UTC” – Míriam Leitão, jornalista, tentando explicar por que Lula está solto enquanto Collor está preso. Todas as empreiteiras são iguais, mas algumas são mais iguais do que as outras.

“Collor sempre foi um político arrogante. Ele era uma figura estranha. Ele era esquisito. Por vezes, passivo-agressivo” – Natuza Nery, comentarista da GloboNews. Político, arrogante, esquisito e passivo-agressivo? Já pode mandar currículo pro STF.

“Pô, Eliane Cantanhêde! Você queria confiscar, surrupiar, tirar de mim a autoria da entrevista com o Pedro Collor em Veja? A César o que de César é. A Lula o que de Lula é” – Luis Costa Pinto, jornalista, sobre colega que sonegou fonte. Pois é, quem puxa aos Dirceus, não degenera.

“A prisão do Collor diminui a sensação de impunidade na população” – Octavio Guedes, jornalista. Mas vamos parar por aí, porque, se diminuir muito, o povo fica mal-acostumado.

“Quando a gente vê Collor preso por algo que aconteceu tantos anos depois do impeachment, chega à conclusão de que pelo menos parte dos políticos considera que o crime compensa” – Natuza Nery. Agora, imagina se o tiram da cadeia e botam na Presidência de novo...

A Era da Inocência

“É triste e irritante que os dois adversários no segundo turno da primeira eleição direta pós-ditadura tenham se embolado no Petrolão” – Eliane Cantanhêde, jornalista. É de partir o coração: depois da Petrobras, parece que o INSS também passou a perna nos heróis da nossa democracia.

“[Lupi] inflou, aumentou a bomba em três vezes e jogou no colo do Lula” – Octavio Guedes, comentarista da GloboNews, sobre as fraudes no INSS. Sorte a nossa que esses escândalos só acontecem quando a alma mais honesta desse país está no Planalto para nos salvar.

“O presidente Lula tem uma dificuldade pessoal para demitir” – Gerson Camarotti, analista da GloboNews, sobre manutenção de Carlos Lupi. Ele é tipo o Saci-Pererê: não pode chutar ninguém, senão cai junto.

“Ao dizer que concorrerá à reeleição, Lula esquece o que prometeu em 2022” – Lauro Jardim, jornalista. Ele não mentiu, apenas se esqueceu de dizer a verdade.

“Estava até difícil olhar para esse crime porque não dava para justificar aquele negacionismo de Jair Bolsonaro” – Raquel Landim, jornalista, confessando ter feito vistas grossas para a fraude dos respiradores. Daí ela respirou fundo – já que podia – e varreu tudo para debaixo do tapete.

“Golpe em aposentados é ‘presente de grego’ do governo Bolsonaro para Lula” – José Roberto Toledo, colunista do UOL. Juntando a história clássica com a recente, deve ter sido uma Cueca de Troia recheada de propina.

O que é imortal não morre no final

“É a eleição de uma mulher democrata em um pleito democrata” – Rosiska Darcy, escritora, sobre a eleição de Míriam Leitão para a Academia Brasileira de Letras (ABL). Machado de Assis, entenda como isso pode ser bom.

“A eleição aconteceu no Petit Trianon, sede da instituição no Rio de Janeiro, e foi conduzida com o uso de urnas eletrônicas cedidas pelo TRE-RJ” – Jornal O Globo, sobre a eleição de Míriam. Ainda bem que os brasileiros leem pouco, senão já estaríamos acampados nas portas das bibliotecas, prontos pra invadir a ABL.

É anistiando que a gente se entende

“Anistia é perdão, e o que aconteceu no 8/1 é imperdoável” – Luís Roberto Barroso, ministro do STF, em mais uma de suas raras entrevistas quase diárias. Ele segue fiel à sua jurisprudência: perdão somente em casos de corrupção, tráfico e terrorismo.

“O grito ‘sem anistia’ ecoa e deve ecoar”

Caetano Veloso, cantor. Agora entendi por que ele desistiu da Amazônia: sem as árvores, o eco vai mais longe.

“O interessante é que quando o STF se antecipa e julga a hipótese de que a CCJ faria algo ilegal, esse ativismo joga água no moinho do PL” – Demétrio Magnoli, comentarista da GloboNews. O problema não seria a prevaricação em si, mas o efeito colateral.

“Repitam: Ninguém foi condenado por pichar com batom. Ninguém foi condenado por pichar com batom. Ninguém foi condenado por pichar com batom...” – André Augusto Bezerra, ex-presidente da Associação Juízes para a Democracia. Repita mais 997 vezes, pra eu testar uma coisa aqui.

“Não tem cabimento a anistia” – Gilmar Mendes, ministro do STF. Se é pra antecipar o julgamento, podia dar uns spoilers melhores. Ou eles são reservados para os assinantes do pacote premium?

Liderando pelo exemplo

“Essa negociação é exemplar de como se pode fazer política de maneira correta e sem polarização” – Merval Pereira, sobre conluio entre STF, Executivo e Congresso para enterrar PL da Anistia. Só se for um exemplo do que não deve ser feito.

“PCC e CV rompem trégua anunciada em fevereiro. Cúpulas das facções tentaram acordo para reduzir mortes e prejuízos ao tráfico” – manchete da GloboNews. Ah, tá! Aos poucos, a "recivilização" chega até os becos mais sombrios da sociedade.

Cantinho da América

“Brasil ficou rico cobrando tarifas dos EUA” – Donald Trump, presidente dos EUA. Se não fosse o imperialismo brasileiro, os EUA já teriam virado potência.

“Vamos fazer de novo, ele começou a tossir no meio da minha resposta. Eu não gosto disso. Se você precisar tossir, por favor, saia da sala” – Donald Trump, interrompendo entrevista após uma crise de tosse de seu chefe de gabinete. O problema era que a tosse do sujeito parecia mais inteligível e sensata do que o discurso do Trump.

Prêmio Exxon-Valdez de jornalismo

“Há jeito certo de limpar o ânus? Sim, e é mais simples do que se pensa” – manchete do UOL, portal de notícias da Folha.

Memória

“Ele é um homem bem-nascido que não precisa do dinheiro do povo” – Cláudia Raia, atriz, hoje lulista e beneficiária da Lei Rouanet, em propaganda eleitoral de Fernando Collor em 1989. Senta lá, Cláudia.

Ari Fusevick é brasileiro não-praticante. Escreve sobre filosofia, economia e política, na margem entre o inconcebível e o indesejável. Colabora com a Gazeta do Povo, Newsmax e New York Post. Autor da newsletter "Livre Arbítrio" e do livro "Primavera Brasileira".

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