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A Academia Americana de Pediatria (AAP) divulgou novas diretrizes na segunda-feira (17) pedindo aos pais que aceitem a identidade de gênero preferida de seus filhos.

Em uma declaração de política intitulada “Garantia de assistência e apoio abrangente a crianças e adolescentes transexuais e com diversidade sexual e de gênero”, o grupo recomendou assistência à saúde “afirmativa de gênero” para menores que não se identificam com o sexo de nascimento. Em alguns casos, isso inclui “intervenção cirúrgica”, bem como o uso de hormônios liberadores de gonadotrofina para retardar a puberdade até os 16 anos e prevenir o desenvolvimento de algumas características sexuais, como mamas e uma voz mais grave. 

O grupo também prescreve terapia para membros da família de jovens que se identificam como de gênero diverso. Eles esperam erradicar a discriminação e o estigma associados a “jovens que não estão em conformidade com as expectativas e normas sociais em relação ao gênero”. 

A declaração da AAP cita estatísticas que mostram que os indivíduos transgêneros têm maior probabilidade de sofrer de depressão, ansiedade, distúrbios alimentares, automutilação e suicídio, os quais o grupo atribui à falta de cuidados de saúde e ao estigma social. Jovens com diversidade de gênero devem ter a garantia de que “identidades transgêneras e expressões de gênero diversas não constituem um transtorno mental”, e são “aspectos normais da diversidade humana”, escreveram os autores da declaração. Enquanto isso, as chamadas “terapias de conversão” são “injustas e enganosas” e “provaram não apenas ser malsucedidas, mas também deletérias e são consideradas fora da corrente principal da prática médica tradicional”. 

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“Como pediatras e pais, também compreendemos como pode ser desafiador e, às vezes, confuso, para os familiares perceberem a experiência e os sentimentos de seus filhos”, disse a médica Cora Breuner, que preside o Comitê de Adolescência da AAP. 

“O mais importante é que os pais escutem, respeitem e apoiem a identidade autodeclarada de seus filhos”, disse Jason Rafferty, coordenador da política. “Isso encoraja conversas abertas que podem ser difíceis, mas essenciais para a saúde mental da criança e para a resiliência e o bem-estar da família.” 

“Nós, da comunidade médica, estamos preparados para ajudá-los”, disse Ilana Sherer, membro da Seção da AAP sobre Saúde e Bem-Estar de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros. 

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As novas prescrições oficiais da AAP para o tratamento de jovens LGBT surgem na medida em que o debate sobre a disforia de gênero esquenta na comunidade médica. Alguns especialistas lançaram dúvidas sobre o que os cientistas progressistas afirmam ser a abordagem correta para a disforia de gênero em crianças. Em 2016, Kenneth Zucker foi demitido após décadas na prestigiada Clínica de Identidade de Gênero de Crianças, Jovens e Famílias, devido a seu tratamento mais cauteloso de crianças com disforia de gênero. Lisa Littman, professora assistente de ciências comportamentais e sociais da Escola de Saúde Pública da Brown University, também gerou controvérsia com um estudo sugerindo que algumas das crianças com sintomas de disforia de gênero estavam na verdade sofrendo de condições psiquiátricas separadas, uma hipótese impopular entre os progressistas. 

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Enquanto isso, o Colégio Americano de Pediatras foi vilipendiado como um grupo de ódio pelo Southern Poverty Law Center e outros por pedir cautela ao encorajar adolescentes a adotarem uma identidade de gênero diferente de seu gênero de nascimento. 

“A adolescência é uma época de turbulência e impermanência”, escreveu a ACP em uma carta de 2010 aos superintendentes de escolas. “Os adolescentes sentem confusão sobre muitas coisas, incluindo orientação sexual e identidade de gênero, e são particularmente vulneráveis a influências ambientais”.

©2018 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês 

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