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Estudo inédito

Hábitos, ambiente ou genética? O que contribui mais para o envelhecimento

Estudo aponta que hábitos e ambiente influenciam mais no envelhecimento e risco de morte do que a genética.
Estudo aponta que hábitos e ambiente influenciam mais no envelhecimento e risco de morte do que a genética. (Foto: Imagem de sarcifilippo por Pixabay)

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Um estudo inédito mapeou como hábitos que desenvolvemos ao longo da vida e o ambiente em que vivemos contribuem mais para envelhecer com saúde do que a herança genética. De acordo com os dados, publicados na revista Nature Medicine, o chamado 'exposoma', que é o conjunto total das exposições ambientais e comportamentais que uma pessoa sofre ao longo da vida, desde a concepção até a velhice, explicaria uma parte substancialmente maior da variação no risco de mortalidade do que os fatores genéticos isoladamente.

Utilizando dados do UK Biobank, pesquisadores da universidade de Oxford mapearam 25 exposições ambientais independentes associadas à mortalidade, ao envelhecimento e a 22 doenças relacionadas com a idade.

A análise revelou que, nos modelos estatísticos usados, o exposoma explicou cerca de 17 pontos percentuais a mais da variação na mortalidade do que os fatores genéticos, embora estes últimos fossem mais relevantes para algumas doenças como demências e alguns cânceres. Em comparação, os fatores genéticos explicaram, em média, cerca de 2% da variação na expectativa de vida entre os indivíduos analisados.

“Embora genes desempenhem um papel fundamental nas condições cerebrais e em alguns tipos de câncer, nossas descobertas destacam oportunidades para mitigar os riscos de doenças crônicas do pulmão, coração e fígado, que são as principais causas de incapacidade e morte em todo o mundo”, declarou a professora de epidemiologia da St. Cross na Oxford Population Health e autora do artigo, Cornelia van Duijn.

Ainda de acordo com a pesquisa, as exposições ambientais mais associadas à mortalidade precoce incluem fumar, moradia inadequada, sentir-se cansado com frequência e ter renda familiar baixa ou estar desempregado, além de não manter atividades físicas regulares e relacionamentos afetivos estáveis.

Outro achado da pesquisa é que exposições precoces a fatores de risco — como o tabagismo materno durante a gestação ou o sobrepeso infantil aos 10 anos — podem aumentar o risco de morte prematura.

Vida familiar

Uma das curiosas descobertas do achado é a relação entre uma vida familiar estável e as melhores condições de saúde. O ambiente à volta seria um fator determinante para o desenvolvimento de hábitos saudáveis e a família tem nisso um papel importante.

O estudo menciona a família em diferentes contextos relacionados à mortalidade precoce, como a frequência com que se visita familiares e amigos, se houve a perda de um parceiro há pouco tempo e se vive com um companheiro ao invés de ter uma vida solitária.

Por outro lado, o estudo também considerou o número de pessoas vivendo na mesma casa como uma das exposições analisadas, sendo um domicílio com muitas pessoas potencialmente um fator de risco, por estar associado a condições como maior estresse, menor qualidade do sono e risco aumentado de infecções respiratórias.

VEJA TAMBÉM:

Esta reportagem compilou dados do estudo utilizando a ferramenta Google NotebookLM.

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