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O presidente Lula é entrevistado pelo jornalista Marcos Uchoa para o programa Conversa com o Presidente, no Palácio do Alvorada.
O presidente Lula é entrevistado pelo jornalista Marcos Uchoa para o programa Conversa com o Presidente, no Palácio do Alvorada.| Foto: Canal Gov

No dia 9 de março de 2010 , o presidente Lula concedeu uma entrevista a dois jornalistas israelenses e um da agência ANBA (Agência de Notícias Brasil Árabe). O jornal israelense Haaretz menciona que, na ocasião, Lula declarou que não leu um livro sequer ao longo de sua vida, mas que todos admiram — nas palavras do jornal — sua "sabedoria suprema" e sua "mente criativa".

Esta declaração é bastante importante e pode perfeitamente explicar as recentes declarações ao mesmo tempo vergonhosas e ignorantes que saíram de sua boca. O político disse, durante seu programa “Conversa com o Presidente”, que Israel quer ocupar a Faixa de Gaza e expulsar os palestinos do território. Lula ainda acrescentou: “É por isso que eu disse ontem que a atitude de Israel com relação às crianças e com relação às mulheres é uma atitude igual terrorismo. Não tem como dizer outra coisa. Se eu sei que tá cheio de criança naquele lugar, pode ter um monstro lá dentro, eu não posso matar as crianças porque eu quero matar o monstro. Eu tenho que matar o monstro sem matar as crianças”, enfatizou Lula.

É perfeitamente plausível que a falta de cultura aliada à prepotência de Lula expliquem a série de tolices ditas em tal programa. Pouco antes ele disse, na base aérea de Brasília: “Israel também está cometendo vários atos de terrorismo ao não levar em conta que as crianças não estão em guerra, que as mulheres não estão em guerra. Eles não estão matando soldados, estão matando crianças”.

Não é possível que Lula não saiba que o grupo terrorista Hamas não tem soldados. Terroristas não usam uniformes, não se identificam à distância, se escondem em áreas civis, utilizam a população como escudo, cometem as atrocidades mais inomináveis e precisam ser contidos. Todas as tentativas anteriores de contenção terminaram em cessar-fogo que era usado para aumentar a precisão dos foguetes, o incremento de armamentos e o poder de fogo, o que levava a novos confrontos com maior número de mortos, feridos, inválidos e sequestrados. É hora de dar um basta a isso.

E não se trata exclusivamente de proteção de Israel e seus cidadãos. Se o terror não for contido ele não demorará a ameaçar o mundo ocidental, incluindo o Brasil. Há poucos dias a Polícia Federal desbaratou um grupo terrorista que já se preparava para atentados no Brasil. Não se trata de imaginação — é realidade. O terror não conhece fronteiras e quando algo começa com os judeus, fatalmente se estende ao resto do mundo. Não faltam exemplos.

Durante quase um mês, Israel avisou aos civis da Faixa de Gaza para que abandonassem o norte da área, já que esta seria atacada. A meta: proteger os civis, homens, mulheres, crianças e inválidos. Pouco mais de um milhão de civis partiram para o sul onde não faltam alimentos, remédios, água, hospitais e alojamento. Mas os terroristas impediram à bala que os últimos 300 mil saíssem do norte, exatamente para causar morte e usá-las na propaganda que ilude o ocidente — inclusive Lula.

Dado o fato que ele não lê, não entende os esforços de Israel para evitar a morte de mulheres e crianças, idosos e adultos não envolvidos com o terror. Israel dominou a estrada Salah al-Din, que une o norte ao sul de Gaza e imediatamente garantiu a segurança dos civis que ainda se dispunham a sair do norte. Cerca de 200 mil palestinos saíram. É inacreditável que a saída deste contingente só tenha sido possível porque foram protegidos pelo “inimigo” israelense. Talvez seja a primeira vez na história que um exército invade um país para proteger a população de seus próprios governantes.

Mas Lula não consegue sequer digerir esta verdade. Ele não notou que a saída deste último contingente de palestinos reféns de seu governo reduziu a quase zero a morte de civis. Ele também nada mencionou sobre os cerca de 600 cidadãos palestinos que eram mantidos reféns de seus algozes dentro do hospital Al Nasr e que — ao tentarem sair — foram atacados pelo Hamas. Só depois que Israel abateu os líderes terroristas dentro do hospital é que aqueles 600 e outros 400 reféns palestinos puderam se dirigir ao sul em segurança.

Israel jamais buscou alvejar crianças e mulheres. Quem faz isso — e com imensa frequência é o governo da Síria (que já matou 450 mil civis), os terroristas do Iêmen (250 mil), os líderes do Sudão (300 mil), todos eles países islâmicos que Lula nunca condenou. Exatamente: Lula nunca condenou nenhum deles, como não condenou a Rússia que matou 70 mil civis ucranianos, não condenou a Turquia que expulsou 170 mil cipriotas do norte da ilha (que ela ocupa ilegalmente) e tampouco condenou o Iraque quando trucidou os Curdos. Mas chama de “genocídio” a morte de cerca de 8 mil civis (os demais eram terroristas) — aliás mortos numa guerra provocada por seus próprios governantes.

Tudo o que está acima pode ser creditado à ignorância do presidente. Mas vale perguntar se o antissemitismo não encontrou terra fértil na cabeça de um presidente que não se cansa de envergonhar o povo maravilhoso que ele governa.

Marcos L. Susskind é radialista e guia de turismo em Israel.

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