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Grandes convulsões mundiais, como a crise da bolha imobiliária nos EUA em 2008, levam ao crescimento do antissemitismo, que aumentou assustadoramente após 07 de outubro de 2023. O antissemitismo nunca deixou de existir. Na Europa ele sempre mostrou suas garras, mas no Brasil parecia estar adormecido. Um exemplo desse fenômeno foi a entrevista publicada, em 2024, na revista Radis da Fiocruz, na qual um script sem qualquer base factual foi produzido, com o claro objetivo de demonizar Israel e os judeus.
Por meio do "esquecimento voluntário", academia e mídia “progressista” se uniram para manipular e descontextualizar fatos que em nome da liberdade de expressão dão credibilidade às acusações de crimes baseados em fontes inventadas ou desacreditadas e em fatos verdadeiros fora de contexto que condenam Israel mais do que qualquer outro país, ou seja, informações retiradas de um contexto com o intuito de gerar uma narrativa anti-Israel. A difusão do antissemitismo é o resultado de anos de massificação de falsas propagandas pautadas em ações que operam campanhas de incitação contra os judeus e Israel, como a doutrinação ao ódio a Israel realizada por governos muçulmanos por décadas.
Novas tecnologias como a IA tornam mais fáceis criar e disseminar fake news. Imagens geradas por IA, especialmente aquelas que retratam os mais vulneráveis, podem ser exploradas para angariar simpatia, indignação e apoio a uma causa, facilitando a disseminação de desinformação, particularmente, entre aqueles emocionalmente envolvidos na questão, como é o caso do conflito Israel-Palestina. Por isso se torna imprescindível verificar as informações em fontes confiáveis, principalmente, quando o assunto é tão passional quanto o conflito Israel-Palestina.
A principal fonte de informação usada neste conflito é proveniente da censura imposta por lideranças palestinas, que só permitem que a mídia internacional tenha acesso aos locais e fatos que lhes interessam. A imprensa internacional parece repassar essas informações sem um mínimo de investigação. De forma contraditória, publicam o que recebem deste censor, em nome da liberdade de expressão, comprometendo a imagem de jornalistas e emissoras.
Na esteira desta indústria de mentiras, o que podemos considerar liberdade de expressão? Criticar o governo do Estado de Israel é liberdade de expressão. Mas quando essa crítica deslegitima a existência do único Estado judeu, ela passa a ser antissemitismo travestido de antissionismo e de liberdade de expressão.
Abraçar fake news como a história dos 14 mil bebês, - já devidamente desmentida pela BBC, pela ONU e por alguns meios de comunicação brasileiros -, ou a "estória" do ataque da IDF ao centro de distribuição de ajuda humanitária, - sobre a qual o Washington Post reconheceu o erro -, mas que ainda é uma mancha à imagem da imprensa nacional e não dar foco e ênfase ao ataque terrorista que uma manifestação pacifica pró-Israel sofreu é legitimar as ações criminosos dessas organizações terroristas e dar aval a elas e a seus mestres, o Irã, a continuarem na mesma trilha sanguinária.
Estas interpretações continuam utilizando as mesmas Teorias da Conspiração usadas há décadas, como o libreto Os Protocolos dos Sábios de Sião. Esta guerra não é travada apenas nos campos de batalha. Ela acontece, por meio de narrativas que em mãos de pessoas mal intencionadas, intelectualmente desonestas transformam a comunicação em uma arma destrutiva.
Daniel Arkader é economista e historiador
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