O que o presidente Lula (PT) e a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) têm em comum, além de serem de esquerda? Aparentemente é o fato de que Lula e Hilton não têm lá muita coerência em seus discursos. Esse é o tema do programa Em Baixa desta semana, apresentado por Thiago Melo.
Lula adorava acusar Bolsonaro de “gastão”, mas conseguiu superar o ex-presidente nos gastos anuais no cartão corporativo durante dois anos seguidos. Em 2023 e 2024, Lula gastou R$ 16,4 milhões por ano, em média, enquanto as despesas anuais de Bolsonaro ficaram em R$ 13 milhões.
Já Erika Hilton não parece ter uma visão muito clara sobre justiça. Ao mencionar o caso de Débora Rodrigues - que teve os votos dos ministros do STF Alexandre de Moraes e Flávio Dino para pegar 14 anos de prisão por ter pintado com batom a estátua da Justiça - Hilton defendeu rigor total, sem "brechas" para a cabeleireira.
Contudo, ao discutir a situação do deputado correligionário Glauber Braga, que está com o mandato por um fio após uma acusação de agressão, Hilton clamou por avaliar a situação "dentro das proporções daquilo que foi praticado", levando-se em conta "dois pesos e duas medidas".
Glauber teve a cassação do mandato aprovada no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados na quarta-feira (9). A decisão foi motivada pela "expulsão" de um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) do Congresso Nacional feita a empurrões e chutes pelo deputado em abril de 2024. O parlamentar já declarou que vai recorrer da decisão.
Enquanto isso, parlamentares e apoiadores do deputado, como Erika, prestam solidariedade a Braga, que está em greve de fome. Já o fato de Débora Rodrigues ter passado dois anos longe dos filhos pequenos não parece ser motivo de consternação para o mesmo grupo.



