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O sargento da PM do Rio de Janeiro Douglas Fontes Caluete, assassinado por assaltantes | Reprodução/Facebook
O sargento da PM do Rio de Janeiro Douglas Fontes Caluete, assassinado por assaltantes| Foto: Reprodução/Facebook

Uma dupla tragédia ocorreu na madrugada desta quinta-feira (7) com a família de um policial militar em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, no Rio.

O sargento da PM Rio Douglas Fontes Caluete, 35, foi morto durante uma tentativa de assalto e, horas mais tarde, a mãe dele passou mal e morreu logo após ver o corpo do filho no local do crime. Maria José Fontes, 56, chegou a ser encaminhada a uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), mas, logo ao chegar lá, sofreu um infarto e não resistiu. 

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O sargento, filho de Maria José, tinha 12 anos na polícia. Ele foi cercado por cinco homens que queriam levar seu carro e acabou assassinado após ter sido identificado com policial. 

Caluete é do 54º policial morto neste ano no estado. Na terça-feira, o sub-tenente da reserva Edemilson de Oliveira, 60, foi morto também em uma tentativa de assalto, desta vez em Belfort Roxo, também na Baixada Fluminense.

Intervenção federal

O estado do Rio está sob intervenção federal na segurança pública desde 16 de fevereiro. A medida, inédita, foi anunciada pelo presidente Michel Temer (MDB), com o apoio do governador Luiz Fernando Pezão, também do MDB.

Opinião da GazetaRechaçar a violência

Temer nomeou como interventor o general do Exército Walter Braga Netto, que atua como chefe dos forças de segurança do Estado, como se acumulasse a Secretaria da Segurança Pública e a de Administração Penitenciária, com PM, Civil, bombeiros e agentes carcerários sob o seu comando.

O Rio de Janeiro passa por uma grave crise política e econômica, com reflexos diretos na segurança pública. Desde junho de 2016, o Estado está em situação de calamidade pública e conta com o auxílio das Forças Armadas desde setembro do ano passado. 

Opinião da GazetaVencer a violência

Não há recursos para pagar servidores e para contratar PMs aprovados em concurso. Policiais trabalham com armamento obsoleto e sem combustível para o carro das corporações. Faltam equipamentos como coletes e munição.

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A falta de estrutura atinge em cheio o moral da tropa policial e torna os agentes vítimas da criminalidade. Somente no ano passado 134 policiais militares foram assassinados no estado. Policiais, porém, também estão matando mais. Após uma queda de 2007 a 2013, o número de homicídios decorrentes de oposição à intervenção policial está de volta a patamares anteriores à gestão de José Mariano Beltrame na Secretaria de Segurança (2007-2016). Em 2017, 1.124 pessoas foram mortas pela polícia.

Opinião da GazetaO custo econômico da violência

Apesar de contar com o apoio da população, a intervenção ainda não obteve resultados significativos na melhora dos indicadores de violência urbana no estado. O assassinato da vereadora Marielle Franco, em março e ainda sem ninguém preso, e a chacina de cinco jovens em Maricá foram dois crimes de repercussão que ocorreram na vigência da intervenção.

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